Entendeu, ou quer que eu desenhe?
Por Beatriz Izumino, 24, trainee da turma 54
O meu “veterano” de treinamento Aurélio Araújo já escreveu sobre as oficinas de infografia oferecidas aos trainees aqui, e fez um belo trabalho em explicar a importância do jornalismo visual.
Por isso, o meu post será um apelo. Em nome da paciência dos infografistas, você que quer fazer jornalismo _aqui na Folha, principalmente_ pense bem na arte que vai acompanhar o seu texto.
Fazer um infográfico envolve mais esforço da parte do repórter e do redator do que se imagina.
Um dos focos das oficinas que tivemos na semana passada foi justamente esse: como pedir uma infografia?
Não falo só de aprender a usar o sistema interno de organizar a fila de produção de infográficos, que tem lá a sua língua (e software) própria, mas pela clareza necessária na comunicação entre jornalista e infografista.
Fomos encorajados a sempre rabiscar as nossas ideias (mesmo que com bonequinhos-palito) e aprendemos a avaliar quais informações podem ser transmitidas visualmente.
Além disso, conhecemos os diferentes tipos de infográficos e seus múltiplos propósitos: usamos mapas para mostrar lugares, mas também trajetos e dados estatísticos (cartogramas), enquanto gráficos servem para facilitar a visualização de números e comparações.
Façamos um experimento: tente descrever para outra pessoa como deve ficar um desenho que represente um assunto que você domine, mas ela não. Depois invertam os papéis.
Agora, considere que um mesmo infografista deve produzir a arte de inúmeras matérias, sobre assuntos variados os quais ele não conhece tão a fundo quanto a pessoa que fez a apuração. Complicado, não é?
Faça a sua boa ação do dia, amigo jornalista, e facilite a vida de um infografista. Dedique um tempo da elaboração dos seus textos à depuração das informações que podem ser passadas de forma visual. Escolha os tipos de imagens a serem usadas, pense no texto que as acompanhará e em como isso tudo será interpretado pelo seu leitor.
Deu pra entender, ou quer que eu desenhe?