Mais que digital, “mobile”

treinamento

Os grandes jornais nem bem aprenderam a potencializar seu conteúdo em seus websites e já são obrigados a descobrir como conquistar a atenção dos leitores em celulares e tablets.

Os números indicam uma reorientação da audiência para os dispositivos móveis. Nos EUA, dos 50 maiores sites de notícias, 39 recebem mais acessos a partir de dispositivos móveis do que de computadores, de acordo com pesquisa do Pew Research Center.

Mobile visitors
Source: Pew Research Center analysis of comScore Media Metrix, January 2015, U.S.

O perfil do acesso, no entanto, é outro. Segundo a mesma pesquisa, em apenas 10 dos 50 veículos, os visitantes vindos do mobile passam mais tempo nos sites do que os dos computadores. Em 15 deles, o tempo é semelhante.

Ou seja, apesar do número de cliques provindos dos dispositivos móveis já ser maior, a “qualidade” da leitura, também importante para os anunciantes, é maior entre os leitores sentados em frente ao computador.

A importância do mobile é perceptível não apenas nas estatísticas de acesso, mas também no dinheiro da publicidade. Nos EUA, em 2014, o faturamento em dispositivos móveis superou pela primeira vez o dos jornais impressos nos EUA e chegou a US$ 19 bilhões, 20 vezes mais do que em 2010.

Essa nova transição não será fácil. No “New York Times”, por exemplo, a audiência do aplicativo de notícias, basicamente uma réplica mobile da homepage, está diminuindo nos últimos anos, ainda que a audiência geral esteja crescendo, como indica o relatório de inovação do jornal.

A diferença estaria no modelo de difusão das notícias. Homepages e os aplicativos são modelos de “pull media”, que dependem de o leitor buscar a notícias em páginas de referência. Esse modelo está perdendo cada vez mais espaço para a “push media” em que a informação vai até o leitor sem a necessidade de que ele a solicite. Esse é o modelo de dois canais de difusão das notícias em crescimento: as newsletters e as redes sociais, encabeçadas por Facebook e Twitter, mas que também envolve o dark social, audiência vinda de links enviados por meios que escapam às métricas, como e-mails, SMS ou aplicativos como o Whatsapp.