But, Sir…
Por Gabriela Terenzi, trainee da turma 56 e uma das selecionadas no Desafio GREAT
Das várias entrevistas que fizemos na viagem ao Reino Unido, uma delas me marcou especialmente.
Na Universidade de Cambridge, fomos recebidos pelo Lorde (sim, Lorde) Martin Rees, astrônomo real e ex-presidente da Royal Society, cargo que já foi ocupado por Isaac Newton. Rees escreve sobre buracos negros, a origem do universo e relações entre política e ciência. Sentindo-me pouco digna de comentar os primeiros dois assuntos, resolvi me arriscar no campo da política.
Rees afirmava que, nos dias atuais, a política deveria se basear mais no conhecimento científico. Questionei se essa relação não seria complicada quando se considera também a força das religiões. Tensão na sala.
Ele respondeu que o ideal é que ciência e religião coexistam, mas que existem limites. “A ciência sozinha não pode mudar o mundo. Se a religião diz que algo é sagrado, você não pode fazer nada”, afirmou.
Mais tarde, a gerente de comunicação do Consulado Britânico, Bárbara Reis, comentou comigo: “Gabi, justo religião?”. E acrescentou: “Está certo. Vocês são jornalistas, têm que fazer as perguntas difíceis”. Ufa.
Isso ai, ótima pergunta, Jornalista que é Jornalista se arrisca até na frente do Lord 🙂