Domingo no parque
Por Fabrício Lobel, um dos ganhadores do Desafio GREAT
Munido de um mapa local e de câmera fotográfica, adoto o roteiro de um turista padrão em Londres, no nosso único dia livre na cidade. Chegando a Trafalgar Square, meu caminho é logo interrompido por uma barreira de ferro que cercava parte da praça. Descubro que elas serviam para delimitar o trajeto de uma corrida de ciclismo, a RideLondon. O isolamento das vias desviou meu percurso em três quilômetros só para atravessar uma rua.
Mais adiante, em frente ao Parlamento, outro bloqueio. Ali, centenas de pessoas se reuniram para incentivar os ciclistas. Fujo da multidão usando os cheios túneis de conexão do metrô. Depois de alguns minutos de caminhada até o Palácio de Buckingham, mais um trecho da corrida volta a impedir meu passeio. Desisto de fugir da competição e passo a assisti-la. Um dos funcionários da organização me explica que 66 mil pessoas se inscreveram na prova, sendo que destes 16 mil estão competindo em um percurso de 100 milhas (160 km).
Apesar de contar com a presença de medalhistas olímpicos, a prova era composta majoritariamente por atletas de fim de semana como Pete, um estudante de 21 anos, que correu em uma bicicleta que custava cerca de R$ 15 mil. Segundo ele, em Londres as competições de rua são tradicionais e sempre contam com presença massiva de atletas amadores. O modelo é similar às cada vez mais populares corridas e caminhadas brasileiras.