Startups brasileiras migram para Londres

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Por Paulo Gomes, que viajou ao Reino Unido como um dos participantes do Desafio GREAT

 

Durante a viagem, visitamos a Tech City no leste de Londres. Eu esperava alguns quarteirões com prédios modernos, recheados de geeks trabalhando em ambientes “descolados” (não gosto muito do termo), mas não foi exatamente isso que encontramos. A Tech City, fisicamente, não existe. Quer dizer, existe, mas não como quem lê a respeito imagina. Não é um condomínio cheio de prédios concentrando jovens empresas de tecnologia, nem um quarteirão exclusivo para gigantes como Google, Microsoft, Apple e Facebook se misturarem com startups. É, na verdade, uma região sem limites físicos, não tem essa de “daqui para lá é Tech City”. Concentra sim as empresas de tecnologia -mas não é um local apenas delas.

Estivemos em duas desenvolvedoras brasileiras de software, a Brit e a Pandorga, que recentemente estabeleceram escritórios na região. A Brit estava com problemas para achar bons programadores em SP, então arriscou-se em Londres. O novo escritório não só achou a mão de obra qualificada -porque trabalhar na Tech City é um fetiche para os profissionais de TI_ como compensou financeiramente. Seu CTO, James Harrison, me contou que os salários da classe no Reino Unido são mais baixos que em São Paulo.

Já a Pandorga chama a atenção por estar presente em duas versões diferentes do Vale do Silício: a Tecnopuc, em Porto Alegre, e a Tech City. Diego Moreira, um dos sócios, concorda que a mão de obra em Londres é mais barata, com qualidade semelhante, mas “maior entrega”. E incentiva: “As pessoas acham que aqui é mais difícil, mas é o mesmo. Você só tem que ter a coragem de fazê-lo”.