A liberdade é tecnológica
Em nosso almoço na Summerset House, Pete Lomas explicava empolgado como um aparelho de percussão foi desenvolvido por um usuário com beterrabas e um Raspberry Pi. O Pi é o menor computador do mundo _tem as medidas de um cartão de crédito_ e custa apenas 35 dólares. Pete Lomas é seu co-criador e, com um broche da marca na lapela do casaco, não esconde o orgulho da criatura.
O Pi nasceu da percepção de que os jovens de hoje não tinham mais noção de programação de computadores porque os novos dispositivos utilizam uma interface ultrassimplificada. O dispositivo criado por Lomas requer conhecimentos em programação para todos os seus comandos. “O Pi significa ser um criador mais que um consumidor”, explica Lomas.
A ideia inicial da fundação Raspberry Pi era financiar aparelhos para ensinar programação em escolas ao redor do mundo. Mas o Pi também se provou um sucesso comercial: são 1,5 milhão de aparelhos em circulação. Em encontros apelidados de Raspberry Jams, usuários compartilham as fórmulas de suas invenções. Lomas considera o Pi um dispositivo democrático, graças à transparência de todos os seus procedimentos.
Em pesquisa feita pela campanha GREAT Britain em 2013, o Pi foi votado como uma das cinco maiores inovações que impactarão o futuro. Qual seria, então, a grande ambição de Lomas? Convencer seu filho de dez anos a deixar de jogar videogames e criar seus próprios jogos por meio do Pi. Mas, por enquanto, tem sido uma luta competir com as promessas fáceis da tecnologia.