Por Giuliana de Toledo, 22, trainee da turma 54

Talvez a turma 54 seja a primeira da história do Programa de Treinamento da Folha a incluir na sua rotina uma “leitura de salmos”. Assim temos chamado a prática de ler, em voz alta, todos os dias, às 18h, um ou dois verbetes do “Manual da Redação”. Vale tudo para ajudar a memorizar normas que possam ter passado despercebidas até então.
O horário é lembrado pela sirene disparada do alto do edifício da Redação diariamente às 18h.
O toque, para o qual demos um novo significado, era usado originalmente para marcar o momento em que a edição do extinto jornal “Notícias Populares” deveria começar a ser impressa pelas rotativas instaladas no andar térreo do prédio.
O alerta soa até hoje na mesma hora para manter a tradição, embora já não sirva para guiar o trabalho na empresa –exceto por nós, bem entendido.
Esta espécie de “flash mob” de estudos surgiu por sugestão da colega Juliana Gragnani e teve adesão imediata. Ouvimos o sinal e logo um está de pé com o livro na mão, lendo em voz alta para os colegas um trecho escolhido aleatoriamente. Às vezes, é claro, o horário é alterado em função das nossas atividades.
Se esse método pouco ortodoxo é realmente eficiente para aprendizagem ainda não se pode dizer. O fato é que, a cada dia, garantimos que seja reavivada a memória sobre alguns pontos do manual.

Os veteranos costumam dizer que a prova cabal de que as regras estão bem incorporadas ao jornalista da Folha é quando se começa a estranhar a padronização de outras publicações, sentindo um impulso forte por tentar “corrigir” os textos alheios. Uma obsessão jornalística. Com os nossos “salmos”, boto fé que lá chegaremos.