Meu novo companheiro de aventuras
Por Bruno Lee, 25, trainee da turma 54
Quando criança, gostava muito de ouvir “O caderno”, do Toquinho. Um dia desses, após muito tempo, escutei a música no rádio.
Então, me dei conta. Se limparmos um pouco a pieguice da letra, a canção descreve de maneira muito precisa a relação do jornalista com o seu bloquinho, que é baseada em cumplicidade.
Imagino que uma boa maneira de entender como um jornalista pensa e organiza o raciocínio seja dar um olhada no seu bloquinho. Ele é a cara do dono.
Além disso, quanto da história recente da humanidade não deve estar escrita nos bloquinhos esquecidos em fundos de gaveta? Ou quantos furos de reportagem não foram perdidos em bancos de metrô, balcões de padaria ou mesas de bar?
O mundo evolui, surgem novas tecnologias e novas formas de armazenar informação, mas o bloquinho é imune a tudo isso. É prático, fácil de carregar e não está sujeito a panes.
Além disso, relação entre jornalista e bloquinho já está gravada no imaginário coletivo. Pense em um jornalista e pronto: lá está o singelo montinho de papel preso por uma espiral.
Eu, que sou novato na área, não saio mais sem o meu.
Cris, muito obrigado pelo retorno. Sentirei sua falta no debate de ideias aqui no blog. Você a Ana fizeram um ótimo trabalho no NEF. aBS Ramiro
Obrigada, Ramiro! 😀
Olá, Ramiro
Eu não concordo que haja esse ranço que vc vê. Acho que é porque nos acostumamos a ver os jornais sendo críticos com políticos, por exemplo, mas nem sempre, normalmente, com a polícia, especialmente nas coberturas de tevê de programas policiais, que puxam saco dos PMs e delegados e fecham os olhos para policiais corruptos ou violentos.
Acho que Cotidiano costuma abordar a instituição Polícia com a mesma crítica que aborda, por exemplo, a instituição Congresso Nacional.
No entanto, essa é só minha opinião de leitora, provavelmente contaminada pela minha própria visão da polícia brasileira.
Eu recomendo que vc mande seu email à ombudsman, que é a melhor pessoa para levar essa sua avaliação à Redação.
abraços!
Prezada Cris,
Desculpe utilizar este espaço para fazer uma crítica editorial da maneira como é abordada a ação da PM pela FSP. Sinceramente já pensei algumas vezes em desistir da assinatura da FSP e do UOL.
Reiteradamente é dada um enfoque negativo a ação da PM. Várias matérias já vem com juízo de valor no título.
O último exemplo: “Escola pública de Alagoas convoca PM para revistar alunos antes das aulas”. A COMUNIDADE em conjunto com a escola decidiu por pedir a revista.
É impressionante como o professor e o policial são sempre vistos como opressores.
Reconheço que estamos numa transição de uma sociedade hierárquica para uma mais horizontal. É inegável. Entretanto a própria organização jornalística é hierárquica.
É difícil esta relação maniqueísta que existe entre o aluno (infantilizado) e o professor (autoritário). Mais ainda quando há claramente um juízo de valor nas coberturas jornalísticas. Reconheço que existem deficiências nas polícias e nas escolas, mas não é demonizando um dos lados que se faz jornalismo.
Surpreende que um editor “responsável” não tenha o equilíbrio em retirar o ranço negativo nas matérias.
Acredito que trazer um contraponto poderia ser útil na formação dos trainees.
Abraços a todos
Ramiro