A humanidade da profissão, por José Hamilton Ribeiro

izabela moi

Por Daniel Lomonaco, 23, trainee da turma 54

O programa de treinamento da Folha segue em ritmo frenético. Mas, mesmo dentro de uma programação tão intensa, ainda há momentos em que a busca incessante por conhecimento é deixada de lado e a ansiedade, típica de jovens como eu em busca de um lugar ao sol (leia-se: ser contratado pelo jornal), cessa. Ter contato com a sabedoria de um ser humano como José Hamilton Ribeiro produz tal estado de espírito.

 

A jornalista Neide Duarte entrevista o veterano José Hamilton Ribeiro durante homenagem (Foto: Divulgação/Revista Imprensa)

 

Quatro de nós foram sorteados para assistir a homenagem (em forma de entrevista) que o experiente jornalista de 77 anos recebeu no evento de comemoração dos 25 anos da revista “Imprensa”, na terça, dia 11/9.

Ouvi-lo provocou em mim um sentimento de esperança quanto à profissão que escolhi seguir. Pelo seu exemplo, percebi que talvez a mais importante qualidade de um repórter seja a de exercer a humanidade. E antes que me acusem de piegas e idealista, explico.

Chamo humanidade a qualidade de estar aberto a entender o contexto em que vivem os personagens. Estar disposto a sair de nosso próprio mundo para entender o outro, tratando-o como ser humano e não como simples produtor de aspas.

Parece-me que é assim que José Hamilton Ribeiro agiu e age em suas reportagens. Ele consegue extrair o que há de mais verdadeiro em seus personagens pela grande cumplicidade com que se coloca nas entrevistas. É muito bom saber que um jornalista do seu porte tenha construído sua carreira sobre tais ideais. Melhor ainda, é ter um exemplo vivo de que o jornalismo pode sim ser mais verdadeiro e humano e menos burocrático.