O primeiro encontro com a Redação

izabela moi

Por Bruno Lee, 25, trainee da turma 54

Aconteceu na sexta-feira passada, mas estava marcado há algum tempo. O primeiro encontro, olhos nos olhos.

Era 7 de Setembro e nós, os novos trainees, estávamos escalados para o plantão. Era o meu primeiro real contato com o jornalismo. Eu e a minha dupla, Beatriz, fomos designados para ficar no caderno “Poder”, centro nervoso da Folha e do chamado “hard news”.

Nervoso não à toa. Devido aos acontecimentos recentes (mensalão, cachoeiragate, campanha eleitoral) o pessoal parecia ligeiramente tenso e definitivamente cansado. Eu só estava tenso. E esperando o pior.

Claro, era feriado e a probabilidade de um fato relevante ocorrer era mínima. E menor ainda era a probabilidade de eu ser escolhido para cobrir o hipotético acontecimento. Mas tomado por um surto repentino de semiparanoia, pensei no caso watergate.

A fagulha inicial aconteceu num sábado, dia em que as redações trabalham em escala de plantão, e a história foi delegada a dois repórteres relativamente inexperientes. A lei de Murphy, como a gravidade, também rege o universo.

Pé no chão.

Bom, no fim das contas, o meu 7 de Setembro foi tranquilo e ficamos revisando os perfis dos candidatos à eleição que iam sendo publicados no site da editoria. E confesso que, passados nervosismo e delírios, veio a vontade de colocar a mão na massa e conhecer melhor esse tal de jornalismo diário.