Dicas para escrever a matéria rapidinho
Hoje vou pagar mais uma dívida de resposta pendente 😉
Na semana passada um leitor perguntou como deveria fazer para fechar a matéria com mais agilidade.
Eu tinha respondido o seguinte para ele:
“Minha dica é anotar o máximo possível e, durante as anotações, já fazer alguns sinais que te indiquem que aquela aspa é muito boa e vale ser usada, etc. Enfim, uma espécie de pré-edição. Por exemplo, circular um trecho, sublinhar, desenhar uma estrelinha ao lado para que, depois, ao retomar as anotações, vc já saiba onde procurar o que mais precisa.
Eu raramente volto a escutar as gravações, a menos que seja fundamental para verificar algo confuso nas minhas anotações, ou que seja uma entrevista em formato de ping. No geral, uso apenas as anotações. As gravações eu guardo para o caso de haver contestações no futuro.
Acho que isso agiliza bastante. Mas, com a prática, vc vai se tornando mais rápido :)”
Mas os leitores deram outras sugestões bem valiosas, vejam só:
DANUSA – “Uma boa dica é fazer uma boa produção antes do evento e deixar o “esqueleto” do texto pronto. Durante o evento, registro tudo no IPad. Isso me ajuda muito já que depois não preciso transcrever nada. (…) Penso, ainda, que devemos dizer ao entrevistado, se for o caso, que a entrevista pode ser objetiva e claro, fazer poucas perguntas se a intenção é ser rápido. Desta forma, também ganhamos tempo na edição e finalização da matéria.”
THALITA – “Estar BEM preparado pra pauta ajuda: Ja saio com a pauta montada/exaustivamente apurada, já escolhido a abordagem, vou pensando a estrutura do texto e as falas que preciso no carro a caminho do evento. Chego, pego as falas que preciso e adapto o que veio na minha cabeça. Isso evita, inclusive que a gente se distraia com outras coisas — coisa que comigo é muito fácil. Se tiver com o laptop eu já vou deixando pronto o texto só pra moldar.”
ARLISON – “Aproveito os intervalos que ocorrem entre os fatos da pauta para escrever parágrafos no tablet. Quando a cobertura exige mais atenção quanto aos momentos decisivos eu prefiro ditar no gravador para não perder nada. Geralmente narro parágrafos com as informações básicas anotadas no bloco.Transformar em linguagem falada as cenas que vejo me ajuda a fixar o cenário da pauta. Já aconteceu de chegar à redação e escrever tudo que narrei sem precisar consultar o áudio no gravador. Perdemos muito tempo contextualizando o texto na mente, organizando as informações mais importantes para transformar em matéria. Em casos extremos esse recurso me ajuda bastante.”
TAKATA – “Vai treinando fazendo live tweeting. 🙂 Sério, quando estiver em casa vendo TV, vai tentando narrar o que está acontecendo – se achar que é mico, crie uma conta especial para isso (e não diga que é sua). Se estiver usando computador, notebook, netbook, tablet, smartphone, há programas e aplicativos que permitem uma escrita mais rápida com recurso de autocompletar palavras. (Mas é bom personalizar e calibrar.)”
RUY – “A seleção vai depender do preparo da pauta (…); fazer uma leitura preliminar, focado na verificação da continuidade lógica da narrativa; Fazer uma boa revisão ortográfica, e uma leitura em voz alta para “sentir” o texto. Lembre-se, a prática NÃO leva à perfeição, mas te deixa bem mais próximo dela…”
Achei bem interessantes as dicas passadas, só fiquei com um pé atrás com a dica da Thalita. Não digo que ela seja assim, mas acho que já sair da redação com o texto tão pronto, buscando falas que se encaixem na estrutura pensada pela repórter pode fazer com que ela fique um tanto inflexível. Tenho a impressão que isso tudo deixa o repórter “insensível” aos acontecimentos.
Enfim, só uma opinião…
Parabéns pelo trabalho com o blog, é ótimo pode receber tantas dicas de gente tão qualificada!
Abs
Sim, tem que pensar no esqueleto mas mantendo a mente aberta para o que vier durante a apuração!