Novo em Folha https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br Programa de Treinamento Tue, 07 Dec 2021 12:48:26 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Folha procura estagiário de ciência e saúde https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2014/12/16/folha-procura-estagiario-de-ciencia-e-saude/ https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2014/12/16/folha-procura-estagiario-de-ciencia-e-saude/#respond Tue, 16 Dec 2014 13:45:08 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/?p=2750 Até o dia 19 de dezembro, alunos de jornalismo ou qualquer outra faculdade podem se inscrever no processo de seleção para estagiário da editoria de Ciência e Saúde.

Para se candidatar à vaga, é preciso enviar um e-mail com o currículo resumido copiado no corpo da mensagem para treina@grupofolha.com.br. Ao enviar, escreva no campo “assunto” a sigla C-1.290.

Na próxima etapa, os candidatos passarão por testes de conhecimentos gerais, específicos e de português e, depois, por uma entrevista.

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Sozinhos, números absolutos podem trazer informação imprecisa ou errada https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2014/07/02/sozinhos-numeros-absolutos-podem-trazer-informacao-imprecisa-ou-errada/ https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2014/07/02/sozinhos-numeros-absolutos-podem-trazer-informacao-imprecisa-ou-errada/#respond Wed, 02 Jul 2014 17:26:29 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/?p=2366 Os números são traiçoeiros –especialmente os absolutos que, sozinhos, não dizem nada ou ainda podem passar uma informação errada.

Quer ver?

Durante o 2º Treinamento em Ciência e Saúde da Folha fizemos um levantamento sobre casos de dengue nos países mais visitados pelos brasileiros.

O exercício fazia parte de uma apuração para um especial sobre dengue produzido pela turma, que foi publicado no último final de semana (leia aqui).

A novidade é que a dengue está se aproximando de países mais frios, onde não chegava antes. Os EUA, país mais visitado pelos brasileiros, passaram a registrar casos da doença em 2010.

Pois bem. Os números absolutos mostraram que os EUA registraram 543 casos da doença no ano passado. Já o Chile, que também é um destino comum de turistas brasileiros, teve 39 casos.

Então os EUA têm mais casos de dengue do que o Chile? Não, de forma nenhuma.  Para saber qual país tem mais incidência da doença é preciso considerar a população total.

Os EUA têm 313 milhões de pessoas; o Chile tem 18 milhões. Proporcionalmente, os EUA registram um caso para cada 576 mil pessoas, enquanto o Chile registra 1 caso para cada 461 mil.

Agora já dá para ter uma ideia de que a incidência da doença é maior no Chile do que nos EUA. Mas a informação ainda não está totalmente clara.

DENOMINADOR COMUM

Uma boa saída para simplificar a informação para o leitor é usar um denominador comum. Por exemplo, a incidência de uma determinada doença a cada 100 mil pessoas de um determinado país. É assim que a OMS (Organização Mundial da Saúde) faz suas contas.

Seguindo esse cálculo vemos que os EUA têm 0,17 caso para cada 100 mil pessoas e o Chile tem 0,21 caso por 100 mil pessoas. Não fica mais claro?

Mas essa incidência é alta ou baixa? Precisamos, agora, de uma comparação para dimensionar os dados. Eu tenho uma boa: o Brasil tem 734 casos de dengue para cada 100 mil pessoas. Ou seja: incidência altíssima de dengue.

A comparação usando um denominador comum é muito mais clara, mais informativa e até mais impressionante do que os dados divididos pela população total.

Já os números absolutos lá do começo do texto, sozinhos, não dizem muita coisa –e ainda podem levar a conclusões equivocadas.

 

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Quando a pauta “cai”, a casa não pode cair https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2014/06/24/quando-a-pauta-cai-a-casa-nao-pode-cair/ https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2014/06/24/quando-a-pauta-cai-a-casa-nao-pode-cair/#respond Tue, 24 Jun 2014 11:00:17 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/?p=2349 Por Marilice Daronco

Fomos furados.

O jargão jornalístico “ser furado”, ou seja, ver a matéria ou assunto pelo qual você batalhou tanto ser publicado, geralmente por outro veículo, antes de seu texto sair, é quase tão ruim quanto “dar uma barrigada” (publicar uma informação errada).

Pois nós fomos furados na nossa primeira semana de treinamento na Folha, com a publicação de um especial sobre aumento de resistência a vacinas por parte dos pais. Veja abaixo.

Pais contrários a vacinação preocupam médicos no país

Entre médicos, minoria resista e vacinas

Sarampo preocupa Saúde durante a Copa

Esse era exatamente o tema do trabalho final da nossa 2ª turma de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde da Folha. Falaríamos sobre o aumento do número de pais que não querem vacinar seus filhos como “gancho” (outro jargão) para falar sobre vacinas em si.  

Essa ideia surgiu depois de uma missão recebida já no primeiro dia de trainee, quando fomos convidados a pensar em um assunto para o nosso projeto final.

Como dizem, missão dada é missão cumprida. Ainda sem nos conhecermos muito bem, começamos a conversar para discutir que assuntos seriam interessantes.

Fizemos uma reunião e escolhemos assuntos que nos pareciam sensacionais. Depois, falamos com as editoras do Treinamento a respeito do projeto e descobrimos que todos os temas elencados eram ótimos. Mas não eram pautas.

O jeito foi tratar de encontrar um assunto que rendesse. E conseguimos: vacinas!

O que não sabíamos era que já havia repórteres do jornal trabalhando o mesmo tema que estávamos pesquisando. Já havíamos ligado para especialistas, feito pesquisa e contatos. Estávamos sonhando com lindas infografias. Tudo como manda o figurino.

FURO

A ideia era boa mesmo, tanto que rendeu textos, fotos, infografia e muito o que falar no especial publicado pela Folha. Até o fechamento deste post, a reportagem principal  do material sobre vacinas tinha quase 6 mil recomendações no Facebook. Mas, depois dessa, a nossa pauta “caiu”.

Tivemos de escolher entre dois caminhos: sentar e chorar ou escolher outro assunto bem interessante e recomeçar, praticamente do zero. E não dá para jornalista ficar sentado chorando no cantinho, então, fizemos como naquela antiga música: levantamos, sacudimos a poeira e demos a volta por cima.

O novo assunto que escolhemos é bem legal, e está dando o maior trabalho. Se tudo der certo, em breve estará nas páginas da Folha. Afinal, nada de sermos furados de novo tão cedo!

 

Marilice Daronco é trainee da 2ª turma de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde da Folha, que tem patrocínio da Pfizer

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Leitor mais especializado em um assunto será leigo em outro tema https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2014/06/23/mesmo-o-leitor-mais-especializado-tambem-e-leigo/ https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2014/06/23/mesmo-o-leitor-mais-especializado-tambem-e-leigo/#respond Mon, 23 Jun 2014 09:00:15 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/?p=2333 O trainee do Programa de Treinamento em Jornalismo em Ciência e Saúde da Folha Gabriel Alves, 28, é biomédico, doutorando e estudante de matemática. Ou seja: ele é  um cientista.

Mas isso não significa que ele domine todas as áreas da ciência. Ele tem dificuldade, por exemplo, em física.

Conheça os trainees de Ciência e Saúde

Trainees contam por que escolheram Ciência e Saúde

Essa discussão é importante porque, no jornalismo científico, costumamos dividir o mundo entre “cientistas” e “leigos”. Mas não podemos nos esquecer de que cientistas também são leigos em áreas da ciência que eles não dominam.

Quando nosso trainee-cientista lê uma reportagem de Ciência+Saúde da Folha, ele pode não conhecer o tema abordado. Por isso, é importante que todas as reportagens partam do princípio de que seus leitores são leigos naquele assunto.

Pedi que o Gabriel escrevesse um texto sobre a questão de ser leigo em ciência, mesmo sendo também um especialista. O resultado está abaixo!

A mais nobre das ciências

Gabriel Alves

Paper (papel, em inglês) é como são chamados os trabalhos publicados em revistas científicas e são constituídos basicamente de um amontoado de muita informação amarrado pela tentativa de se extrair dali uma história inédita. Não me crucifiquem antes da hora. Eu adoro papers. Já até escrevi alguns.

Depois de me formar biomédico, tive o desejo de continuar minha formação acadêmica. Tive que ler muitos papers. Mas sempre que queremos ler um que não é da nossa área ou de áreas correlatas há necessidade de muita força de vontade e esforço intelectual. Mais fácil, quase sempre, é pedir ajuda pra alguém.

Por esse raciocínio, faz muito sentido que o jornalista de ciência busque, quase sempre, a opinião de especialistas para reportar, da melhor forma possível, novos estudos e descobertas. “Especialistas em tudo” nunca foram abundantes. Ao contrário, polímatas como Leonardo da Vinci sempre foram raríssimos.

Se me perguntassem no que eu sou especialista, eu teria de explicar minha tese de doutorado (a ser defendida em breve) e dizer que sei um pouco mais do que a média das pessoas numa subsubsubárea da biologia. Eu queria ser menos “especialista” e um pouquinho mais parecido com Da Vinci.

Decidi fazer matemática para aprender a linguagem universal das ciências. E a física, a mais nobre das ciências (segundo alguns físicos), nunca poderia ser uma disciplina tão correlata e ao mesmo tempo tão indecifrável. Qualquer tentativa de aproximação acadêmica era uma autoflagelação intelectual. Talvez eu goste da física como mistério, assunto de bar.

Mesmo sabendo cálculo, formalizado por Newton e Leibniz para descrever a natureza (no grego φύσις – physis, daí física), nunca deixei a física “contaminar” meu universo matemático. Talvez tenha sido um defeito do curso, de não nos obrigar a cursar disciplinas de física, mas agora eu me reservo o direito de ser ignorante, além de outros assuntos, também na nobre ciência.

Se papers de sociologia e geografia são difíceis, os da física, pra mim, ainda são os piores. O que consola é que existem pessoas que gostam (e entendem) física.

A tarefa do jornalista de ciência é achar alguém que consiga, além de arrancar significados daquelas equações e teorias, também transmitir os segredos do universo para seres humanos comuns, indignos de se aproximar de tanta nobreza.

 

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Da menor das partículas ao Universo: trainees de Ciência e Saúde discutem cobertura de física https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2014/06/20/2317/ https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2014/06/20/2317/#respond Fri, 20 Jun 2014 20:13:08 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/?p=2317 Uma das principais atividades do Programa de  Treinamento em Ciência e Saúde da Folha é o contato com os cientistas.

Durante o treinamento, os trainees aprendem a conversar com pesquisadores de diversas áreas, a encontrar pautas jornalísticas no trabalho feito pelos cientistas e a “transformar” a informação científica e médica em texto jornalístico.

Trainees contam por que escolheram Ciência e Saúde

Conheça os trainees de Ciência e Saúde da Folha

Eles também trabalham com leitura de paper, produzem textos, discutem ética científica e ética jornalística,conversam com profissionais da área de ciência e saúde e com jornalistas experientes da Folha.

O programa dura um mês e tem patrocínio da Pfizer.

Em uma dessas atividades, os trainees da 2ª turma do Treinamento em Ciência e Saúde da Folha visitaram o IFT (Instituto de Física Teórica) da Unesp. O objetivo foi conversar com físicos de várias áreas sobre os seus respectivos trabalhos e, depois, discutir a informação científica recebida.

Foi um dia intenso. Física talvez seja uma das áreas do conhecimento mais complexas e amplas: vai da menor das partículas aos estudos do universo.

Uma das trainees, a estudante de jornalismo Daniela Bernardi, 24, fez um texto interessante com base na experiência, que reproduzo abaixo.

Vale a leitura!

Acelerador de cérebro

Daniela Bernardi

Talvez eu não tenha pensado tanto em física durante todo meu ensino médio como fiz durante a visita ao Instituto de Física Teórica da Unesp.

Sim, estudei aquelas fórmulas de Newton, de gravitação e de campo magnético.  Mas a visita levantou assuntos que meus professores nunca cogitaram abordar em sala –mesmo porque eles não estavam presentes no currículo escolar.

Logo de cara, falamos sobre física das partículas elementares, com o professor Rogério Rosenfeld. Essa primeira apresentação até que fluiu na minha cabeça.

Consegui entender o básico da teoria por trás do LHC, o acelerador de partículas que ficou conhecido pela descoberta do bóson de Higgs –a partícula que forma todas as demais partículas (não vou chamá-la de “partícula de Deus” para não revoltar os cientistas).

Em seguida,  física nanoscópica, com Alexandre Reily Rocha. Sabe a tela da televisão em que você vai assistir à Copa? Então, a modernização dela está ligada a essas estruturas cada vez menores e mais rápidas e eficientes. Da sala da sua casa, essa tecnologia pode ir direto para o estudo do seu genoma. Com ela pode-se identificar os polimorfismos nos seus genes, como diabetes e câncer.

SUPERCORDAS

Quando eu achava que a teoria não podia ficar mais difícil, o físico americano Nathan Berkovits introduziu o que seriam as supercordas.

“Mas melhor nem começar a explicação porque é difícil discutir o assunto com leigos”, disse o cientista. Eu que não vou discordar. Antes do lanchinho, outro estrangeiro, o italiano Riccardo D’Elia Matheus, ainda passou o conceito de ondas gravitacionais. Algo ainda muito distante da minha realidade, eu diria.

Saímos da sala com tantas teorias na cabeça que nem o cafezinho ajudou a organizar as novidades. Meu cérebro latejava de informações. E ainda tinha mais.

Conhecemos o Núcleo de Computação Científica do IFT-Unesp, onde está o Sprace (São Paulo Research and Analysis Center).

MODERNIDADE

O armazenamento de dados em nuvem é tão moderno que nem parece estar em uma universidade pública brasileira, muitas vezes marcada pela burocracia e pelo sucateamento.

Ainda tivemos a oportunidade de conversar com Sérgio Novaes, físico brasileiro envolvido no projeto LHC, e com a física Sandra Padula, que mostrou alguns projetos de educação na área.

O dia repleto de novidades foi importante para sentirmos a dificuldade que o jornalista que cobre ciência pode enfrentar ao abordar temas tão complexos.

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Trainees de Ciência e Saúde contam por que escolheram o programa https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2014/06/16/trainees-de-ciencia-e-saude-contam-por-que-escolheram-o-programa/ https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2014/06/16/trainees-de-ciencia-e-saude-contam-por-que-escolheram-o-programa/#respond Mon, 16 Jun 2014 21:38:55 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/?p=2279 A 2ª turma do Programa de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde começou no dia 2 de junho e tem atividades até o próximo dia 27 de junho.Nesse período, os trainees trabalham com leitura de paper, produzem textos, discutem ética científica e ética jornalística,conversam com profissionais da área de ciência e saúde e com jornalistas experientes da Folha .
O programa tem patrocínio da Pfizer.

Neste ano, a turma tem sete integrantes. São quatro jornalistas e estudantes de jornalismo e três de outras áreas: uma engenheira química, um biólogo e um biomédico.

A composição da turma dá um resultado bem interessante e debates muito produtivos sobre ciência e saúde, jornalismo e jornalismo de ciência e saúde.

foto da turma
Os trainees de Ciência e Saúde da Folha  (Eduardo Anizelli/Folhapress)
 
Em um desses debates, pedi que cada um deles me explicasse por que decidiu fazer o Treinamento em Ciência e Saúde da Folha. As respostas foram bem interessantes.
FAMÍLIA DE MÉDICOS
A estudante de jornalismo da USP Daniela Bernardi, 24, contou que sempre teve interesse por assuntos de saúde.Ela é filha de médicos e irmã de uma estudante de medicina.”As conversas dos jantares sempre abordaram esse tema.”

Já a jornalista gaúcha Marilice Amábile Pedrolo Daronco, 33, disse que todo jornalista tem um pouco de cientista.”Não usamos tubos de ensaio, não somos capazes de isolar uma molécula e nossos ‘laboratórios’ funcionam à base de papel, caneta e boas ideias. Mas, como os cientistas, somos movidos pela curiosidade.”O biomédico e estudante de matemática Gabriel Andrade Alves, 28, veio parar no Treinamento por motivos bem diferentes.

Ele conta que decidiu fazer o treinamento para entender “a transposição do conhecimento científico, muitas vezes bastante técnico e restrito, para a população”.

O programa teve quase 500 inscritos para o processo seletivo, que aconteceu em maio.

Isso representa cerca de 25% do total de inscritos para o programa de Treinamento em Jornalismo Diário da Folha, que já tem 25 anos de tradição e dura quatro meses (a próxima turma começa em agosto e as inscrições já terminaram).

E você? Também tem interesse pelas áreas de Ciência e Saúde? Conte para a gente o motivo!

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