Novo em Folha https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br Programa de Treinamento Tue, 07 Dec 2021 12:48:26 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 But, Sir… https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/10/10/but-sir/ https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/10/10/but-sir/#comments Thu, 10 Oct 2013 17:25:03 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/?p=2109
Lorde Martin Rees

Por Gabriela Terenzi, trainee da turma 56 e uma das selecionadas no Desafio GREAT

 

Das várias entrevistas que fizemos na viagem ao Reino Unido, uma delas me marcou especialmente.

Na Universidade de Cambridge, fomos recebidos pelo Lorde (sim, Lorde) Martin Rees, astrônomo real e ex-presidente da Royal Society, cargo que já foi ocupado por Isaac Newton. Rees escreve sobre buracos negros, a origem do universo e relações entre política e ciência. Sentindo-me pouco digna de comentar os primeiros dois assuntos, resolvi me arriscar no campo da política.

 

 

Rees afirmava que, nos dias atuais, a política deveria se basear mais no conhecimento científico. Questionei se essa relação não seria complicada quando se considera também a força das religiões. Tensão na sala.

Ele respondeu que o ideal é que ciência e religião coexistam, mas que existem limites. “A ciência sozinha não pode mudar o mundo. Se a religião diz que algo é sagrado, você não pode fazer nada”, afirmou.

Mais tarde, a gerente de comunicação do Consulado Britânico, Bárbara Reis, comentou comigo: “Gabi, justo religião?”. E  acrescentou: “Está certo. Vocês são jornalistas, têm que fazer as perguntas difíceis”. Ufa.

]]>
1
Parque Olímpico de Londres https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/10/09/parque-olimpico-de-londres/ https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/10/09/parque-olimpico-de-londres/#respond Wed, 09 Oct 2013 23:22:00 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/?p=2105 Por Fabrício Lobel, que viajou ao Reino Unido como um dos participantes do Desafio GREAT

 

Após um ano de reformas e transformação o Parque Olímpico de Londres (local por onde passaram Usain Bolt, Michel Phelps, além dos brasileiros Arthur Zanetti e Sarah Menezes) recebe hoje milhares de visitantes com meritos bem menos olímpicos.

Isso porque o espaço virou um parque de utilidade pública em que famílias inteiras vão para fazer um piquenique ou simplesmente passar a tarde lendo livros.

Em parte, a área ainda é um canteiro de obras que tem por objetivo transformar o espaço em um verdadeiro bairro com residências, empresas de tecnologia e (claro) espaços para atividades físicas. O centro aquático, por exemplo, será reaberto no ano que vem e estará disponível a qualquer morador da cidade desde que este desembolse uma pequena tarifa (a mesma paga em qualquer piscina pública de Londres). Do lado externo da CopperBox, uma enorme arena multiuso, já estão dispostas mesas de pingue pongue para que qualquer um possa brincar. Basta para isso pegar as raquetes e bolinhas que estão disponíveis sob a mesa (não há qualquer controle de quem as retiram ou as devolvem).

Embora ainda haja muito que se fazer, como limpar áreas já abertas ao público, aparar alguns gramados e revitalizar um rio da região, é louvável que o local de escolha para construção do Parque Olímpico tenha sido uma região degradada da cidade e que apenas um ano depois dos Jogos ele já comece a receber visitantes.

É sempre bom lembrar que no Rio de Janeiro, as principais construções olímpicas terão como cenário a Barra da Tijuca, que está longe de ser área degradada. Também devemos lembrar que as instalações e obras feitas por aqui no Panamericano de 2007 não estão abertas ao público, mesmo depois de sete anos.

Nos resta aguardar não apenas pelo ano de 2016, mas pelo o que virá em seguida.

]]>
0
Teatro Máquina leva para Salvador montagem elogiada na Escócia https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/09/06/teatro-maquina-leva-para-salvador-montagem-elogiada-na-escocia/ https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/09/06/teatro-maquina-leva-para-salvador-montagem-elogiada-na-escocia/#respond Fri, 06 Sep 2013 23:53:22 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/?p=2068 STEFANIE SILVEIRA

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LONDRES

O grupo cearense Teatro Máquina apresenta hoje, em Salvador, a peça “Leonce e Lena”, montagem que foi elogiada durante a série de apresentações em Edimburgo, na Escócia, no Fringe Festival. A apresentação desta semana ocorre no Festival Latino Americano de Teatro da Bahia, onde também vão encenar “João Botão” e “Repeter”.

“Leonce e Lena”, escrita em 1836 pelo alemão Georg Büchner, trata da história de dois jovens: o príncipe Leonce, do Reino de Popo, e a princesa Lena, do Reino de Pipi. Diante da promessa de um casamento arranjado, os dois fogem e, no caminho, acabam se conhecendo e se apaixonando. O texto faz uma sátira e traz uma visão crítica sobre o ócio e a liberdade.

A montagem brasileira agradou o público do Fringe, que é o maior festival de artes do mundo. O texto foi adaptado pelo Teatro Máquina em 2005 e escolhido para fazer parte da mostra do país no Fringe, que contou com outros três grupos brasileiros.

O jornal escocês “The Scotland” publicou uma resenha sobre a apresentação do Teatro Máquina e, nas palavras do jornalista Mark Fisher, a jovem companhia encena o romance satírico com uma “energia de discoteca e um ar lúdico de irreverência”. O artigo é finalizado com o contundente elogio: “eles vão impressioná-lo com seu espírito vibrante”. O grupo também recebeu elogios de dois sites que fizeram a cobertura dos eventos, “ThreeWeeks” e “Wow247”.

De fato, a montagem contemporânea do Teatro Máquina impressiona pela agilidade e leveza que confere à história. O texto antigo e rebuscado toma novas formas ao ser combinado com ritmos musicais brasileiros, figurino simples e cenário mais imaginativo do que sofisticado. Os atores representam mais de um papel em cena, além de serem responsáveis pela organização dos objetos cenográficos e pelos efeitos sonoros. Com a engrenagem do teatro à mostra, usando apenas plástico bolha e cabeças de manequins, os artistas conseguem provocar o público.

Segundo a diretora Fran Teixeira, Büchner foi escolhido por ser uma das importantes referências do teatro de Bertolt Brecht (dramaturgo alemão) que oferece espaço para experimentação.

“O teatro épico brechtiano é nossa fonte primária, mas também onde descobrimos nossas próprias formas de narrar. A troca de papeis presente no “Leonce e Lena” é uma escolha formal, mas especialmente o exercício de um desafio em teatro, o de poder separar ator e personagem e dar materialidade ao texto na cena”, explica.

 

O GRUPO

 

O Teatro Máquina nasceu há dez anos em Fortaleza, no Ceará. Composto pelos atores Aline Silva, Ana Luiza Rios, Joel Monteiro, Edivaldo Batista, Levy Mota e Loreta Dialla, e pela diretora Fran Teixeira, o grupo se divide na condução das atividades de produção e administração.

A oportunidade de ir para a Escócia ocorreu devido à participação no festival Cena Brasil Internacional, no Rio de Janeiro, em 2012. A partir dos grupos residentes que estavam se apresentando na capital carioca, foram escolhidas as peças que seriam levadas a Edimburgo como uma segunda etapa do Cena Brasil. Os custos da viagem foram bancados pelo próprio grupo e com apoio do Ministério das Relações Exteriores e das Secretarias de Cultura da Prefeitura de Fortaleza e do governo do Estado do Ceará.

            Mesmo com o reconhecimento internacional e a participação na maioria dos festivais de teatro do Brasil em 2012, o grupo diz querer permanecer em Fortaleza, incentivando a produção local.

“As políticas culturais passaram a entender a produção nordestina dentro do seu contexto e a importância de valorizar e fomentar o teatro no lugar onde ele nasce. Não temos interesse em ser reconhecidos. Não trabalhamos para isso. Reconhecemos sim que precisamos do teatro, que ele nos faz viver. Fazemos teatro em Fortaleza, não queremos sair daqui e sabemos da importância que há em continuar fazendo teatro aqui”, diz Fran Teixeira.

A jornalista STEFANIE SILVEIRA viajou a convite do Consulado Britânico, após ser uma das selecionadas no Desafio GREAT

 

SERVIÇO

 Festival Latino Americano de Teatro da Bahia http://www.filte.com.br

 “REPETER”

QUANDO 07 e 08/09 – 21h

ONDE Teatro Vila Velha – Salvador (BA)

QUANTO R$ 10

CLASSIFICAÇÃO Todas as idades

 “JOÃO BOTÃO”

QUANDO 08/09 – 16h

ONDE Teatro Vila Velha – Salvador (BA)

QUANTO R$ 10

CLASSIFICAÇÃO Infantil

 

 

 

 
]]>
0
O modelo de negócio da BBC https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/08/27/o-modelo-de-negocio-da-bbc/ https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/08/27/o-modelo-de-negocio-da-bbc/#respond Tue, 27 Aug 2013 22:59:59 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/?p=2040 Os trainees participantes do Desafio GREAT conheceram a sede da BBC em Londres e tiveram um bate-papo com o editor da BBC Brasil, Ricardo Acampora. Veja um pouco mais em relato de Stefanie Carlan da Silveira sobre a visita.

Visitar a sede da BBC em Londres é entrar num centro de mídia único, onde funcionam clusters que geram conteúdo para TV, rádio e internet. Um prédio inteiramente novo e moderno, de oito andares, que se conecta à antiga sede de cinco andares, numa das regiões mais privilegiadas do centro de Londres. É lá que centenas de jornalistas produzem material em 27 línguas para todos os cantos do mundo.

 Seu  modelo de negócios é diferente de outras empresas que produzem conteúdo midiático: financiamento público. Para quem não sabe, a British Broadcasting Company sobrevive por meio de uma taxa paga pela população britânica. Isso quer dizer que no Reino Unido qualquer pessoa que queira ter em casa televisão, computador, videogame, receptores digitais ou aparelhos dessa linha precisa pagar £ 145,50 ao ano _pouco mais de R$ 535_ ou corre o risco de ser presa. A taxa é única por residência, sem limite de tipo ou quantidade de aparelhos.

 O pagamento desse valor rende cerca de £ 3 bilhões anuais para a BBC, segundo o editor sênior da BBC Brasil em Londres, Ricardo Acampora. Esse dinheiro financia as operações da rede no Reino Unido e também os escritórios internacionais. No entanto, os conteúdos que vão para fora do Reino Unido possuem publicidade _inexistente no material veiculado dentro da Grã-Bretanha.

Sede da BBC, na região central de Londres

 

 

 No ano passado, a BBC inaugurou sua nova sede, com um custo de mais de £ 1 bilhão, inovando em tecnologia da informação e estrutura física de trabalho. 

 As empresas de mídia ainda não descobriram um modelo de negócios e financiamento da informação que gere lucro na internet tanto quanto é gerado nos suportes anteriores. Além disso, também é preciso manter a atenção e o engajamento do público numa era em que apenas um dispositivo conectado pode levar o público a diversas plataformas de interseção e consumo de conteúdo.

 O editor Ricardo Acampora diz acreditar que o modelo do futuro será híbrido, contando com publicidade e financiamento público, desde que nenhum destes pilares afete a independência do jornalismo. Ao pensar num modelo que possa se aplicar à América Latina, também é preciso levar em conta que a BBC nasceu em 1926, ou seja, desde então os ingleses estão acostumados a pagar para receber conteúdo jornalístico e de entretenimento de qualidade diretamente em casa. Isso, no entanto, não tem precedentes similares no Brasil. Por aqui, se quisermos adotar algo parecido, será preciso criar a cultura do conteúdo bom a preço justo, antes de qualquer coisa, algo desafiador na era do download ilegal.

O assunto é longo e deve render muita discussão ainda, até mesmo para a BBC.

 

 

 

]]>
0
Domingo no parque https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/08/27/domingo-no-parque/ https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/08/27/domingo-no-parque/#respond Tue, 27 Aug 2013 22:45:08 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/?p=2036 Por Fabrício Lobel, um dos ganhadores do Desafio GREAT

 Munido de um mapa local e de câmera fotográfica, adoto  o roteiro de um turista padrão em Londres, no nosso único dia livre na cidade. Chegando a Trafalgar Square, meu caminho é logo interrompido por uma barreira de ferro que cercava parte da praça. Descubro que elas serviam para delimitar o trajeto de uma corrida de ciclismo, a RideLondon. O isolamento das vias desviou meu percurso em três quilômetros só para atravessar uma rua.

Mais adiante, em frente ao Parlamento, outro bloqueio. Ali, centenas de pessoas se reuniram para incentivar os ciclistas. Fujo da multidão usando os cheios túneis de conexão do metrô. Depois de alguns minutos de caminhada até o Palácio de Buckingham, mais um trecho da corrida volta a impedir meu passeio. Desisto de fugir da competição e passo a assisti-la. Um dos funcionários da organização me explica que 66 mil pessoas se inscreveram na prova, sendo que destes 16 mil estão competindo em um percurso de 100 milhas (160 km).

Competição de ciclistas em Londres

Apesar de contar com a presença de medalhistas olímpicos,  a prova era composta majoritariamente por atletas de fim de semana como Pete, um estudante de 21 anos, que correu em uma bicicleta que custava cerca de R$ 15 mil. Segundo ele, em Londres as competições de rua são tradicionais e sempre contam com presença massiva de atletas amadores. O modelo é similar às cada vez mais populares corridas e caminhadas brasileiras.

]]>
0
Startups brasileiras migram para Londres https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/08/17/startups-brasileiras-migram-para-londres/ https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/08/17/startups-brasileiras-migram-para-londres/#respond Sat, 17 Aug 2013 19:17:41 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/?p=2027 Por Paulo Gomes, que viajou ao Reino Unido como um dos participantes do Desafio GREAT

 

Durante a viagem, visitamos a Tech City no leste de Londres. Eu esperava alguns quarteirões com prédios modernos, recheados de geeks trabalhando em ambientes “descolados” (não gosto muito do termo), mas não foi exatamente isso que encontramos. A Tech City, fisicamente, não existe. Quer dizer, existe, mas não como quem lê a respeito imagina. Não é um condomínio cheio de prédios concentrando jovens empresas de tecnologia, nem um quarteirão exclusivo para gigantes como Google, Microsoft, Apple e Facebook se misturarem com startups. É, na verdade, uma região sem limites físicos, não tem essa de “daqui para lá é Tech City”. Concentra sim as empresas de tecnologia -mas não é um local apenas delas.

Estivemos em duas desenvolvedoras brasileiras de software, a Brit e a Pandorga, que recentemente estabeleceram escritórios na região. A Brit estava com problemas para achar bons programadores em SP, então arriscou-se em Londres. O novo escritório não só achou a mão de obra qualificada -porque trabalhar na Tech City é um fetiche para os profissionais de TI_ como compensou financeiramente. Seu CTO, James Harrison, me contou que os salários da classe no Reino Unido são mais baixos que em São Paulo.

Já a Pandorga chama a atenção por estar presente em duas versões diferentes do Vale do Silício: a Tecnopuc, em Porto Alegre, e a Tech City. Diego Moreira, um dos sócios, concorda que a mão de obra em Londres é mais barata, com qualidade semelhante, mas “maior entrega”. E incentiva: “As pessoas acham que aqui é mais difícil, mas é o mesmo. Você só tem que ter a coragem de fazê-lo”.

]]>
0
A liberdade é tecnológica https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/08/17/a-liberdade-e-tecnologica/ https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/08/17/a-liberdade-e-tecnologica/#respond Sat, 17 Aug 2013 19:00:04 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/?p=2020
 Por Gabriela Terenzi, uma das vencedoras do Desafio GREAT, que levou jovens jornalistas ao Reino Unido

Em nosso almoço na Summerset House, Pete Lomas explicava empolgado como um aparelho de percussão foi desenvolvido por um usuário com beterrabas e um Raspberry Pi. O Pi é o menor computador do mundo _tem as medidas de um cartão de crédito_ e custa apenas 35 dólares. Pete Lomas é seu co-criador e, com um broche da marca na lapela do casaco, não esconde o orgulho da criatura. 

 

Pete Lomas durante conversa com Gabriela Terenzi, no Reino Unido

O Pi nasceu da percepção de que os jovens de hoje não tinham mais noção de programação de computadores porque os novos dispositivos utilizam uma interface ultrassimplificada. O dispositivo criado por Lomas requer conhecimentos em programação para todos os seus comandos. “O Pi significa ser um criador mais que um consumidor”, explica Lomas.

 

A ideia inicial da fundação Raspberry Pi era financiar aparelhos para ensinar programação em escolas ao redor do mundo. Mas o Pi também se provou um sucesso comercial: são 1,5 milhão de aparelhos em circulação. Em encontros  apelidados de Raspberry Jams, usuários compartilham as fórmulas de suas invenções. Lomas considera o Pi um dispositivo democrático, graças à transparência de todos os seus procedimentos.

 

Em pesquisa feita pela campanha GREAT Britain em 2013, o Pi foi votado como uma das cinco maiores inovações que impactarão o futuro. Qual seria, então, a grande ambição de Lomas? Convencer seu filho de dez anos a deixar de jogar videogames e criar seus próprios jogos por meio do Pi. Mas, por enquanto, tem sido uma luta competir com as promessas fáceis da tecnologia.

 

]]>
0
Mais Desafio GREAT https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/08/09/mais-desafio-great/ https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/08/09/mais-desafio-great/#respond Fri, 09 Aug 2013 18:00:38 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/?p=2005 Leia abaixo o texto de Stefanie Carlan da Silveira, uma das participantes do Desafio GREAT, e continue acompanhado a viagem pela hashtag #desafioGREAT nas páginasUKinBrazil e UKBrasilSeason no Facebook e Twitter.

 

O futuro não é mais como era antigamente

Voltou-se a fazer história no Brasil. Os jovens saíram de casa para reivindicar direitos e desta vez saíram em massa. Mas quem vai musicar a nossa reabertura do século 21? Na década de 1980, no momento em que o Brasil se abria para o fim da ditadura militar, fortemente influenciados pela contracultura do Reino Unido os jovens de Brasília faziam nascer o rock por lá, trazendo nomes como Capital Inicial, Legião Urbana e Plebe Rude. Agora, há os movimentos dispersos e diversos que saem da internet, mas ainda não se sabe quem vai colocar riffs de guitarra na geração Coca-Cola e Mentos.

Os grupos da capital do país eram fruto de uma combinação de fatores do momento vivido pelo Brasil e da influência que chegava da terra da rainha. Filhos de bem afortunados que mudavam para a cidade promessa do Centro-Oeste apostaram primeiro nas guitarras esganiçadas do Sex Pistols e The Clash e depois no pós-punk melancólico de The Smiths, The Cure e Joy Division. A professora e pesquisadora de subculturas da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Adriana Amaral, acredita na interligação entre rock britânico e o brasileiro.

– O rock que foi importado e transposto pra cá é o britânico e não o norte-americano, ao menos no que tange ao punk e pós-punk, porque o punk dos EUA é diferente, ele é menos existencialista e mais divertido, como o dos Ramones. Essa relação se dava porque eles traziam os vinis e muitos deles moraram em Londres. Claro que a genialidade do Renato [Russo, vocalista do Legião Urbana] foi saber transpor isso pro contexto nacional – explica.

O músico, escritor e radialista Márcio Grings reitera e amplia a questão da influência.

– Sem dúvida Beatles e Stones pautaram o rock e fundamentaram as raízes de quase tudo que ouvimos hoje. Mais adiante, bandas como Led Zeppelin, Deep Purple e Black Sabbath redefiniram as regras do jogo – conclui.

Entretanto, o Reino Unido, diferentemente do Brasil, seguiu renovando sua cena rock’n roll. O músico e produtor Iuri Freiberger acredita que não há impacto similar brasileiro em comparação aos destaques que estão atualizando a música por lá. Para ele, grupos discopunk como Bloc Party, Franz Ferdinand e Artic Monkeys são os expoentes da nova geração musical da Grã-Bretanha.

– Vamos ser realistas: mercado indie no Brasil é uma doce ilusão que foi sustentada por um período nos anos 2000, por uma parcela de pessoas que levaram esse desejo de fazer rock e afins de maneira amplificada, mas com realmente pouquíssimos artistas de qualidade e que mantinham um trabalho consistente. No universo indie brasileiro, só vejo um caso, o Autoramas, que nas suas turnês europeias já fez alguns shows históricos.

Na tentativa de entender o cenário atual, Freiberger diz que as particularidades do Brasil muitas vezes impedem que as bandas daqui ganhem as mesmas dimensões e qualidades artísticas que as de lá.

– Indie/rock no Brasil é em geral algo relacionado ao desejo de criação, que pessoas da classe média/alta resolveram fazer porque sentiam que tinham proximidade com seus ídolos. Eu mesmo e centenas de músicos que conheço têm essa mesma sensação. Porém, o trabalho com música no Brasil é algo que só se concretiza fazendo o que não gostamos. Poucos têm a chance de seguir dentro do seu desejo/sonho e ter uma vida como os demais trabalhadores.

O cineasta Vladimir Carvalho, diretor do documentário Rock Brasília, tem opinião semelhante a Freiberger. Para ele, o rock estabilizou por meio da nostalgia dos anos 1980.

– O rock brasileiro não encontra mais eco para renovação. Existe uma disposição de fazer música, mas o rock existe como algo apenas consumível; a tensão desse gênero não está mais lá. Vivemos hoje uma grande expectativa do que será do rock no futuro.

O que aconteceu com a onda criativa que estava por aqui? Após anos de liberdade civil, não estaria na hora de a juventude reunir seus power trios e começar a cantar o Brasil de 2013?

 

 

]]>
0
Desafio GREAT https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/08/08/desafio-great-2/ https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/08/08/desafio-great-2/#respond Thu, 08 Aug 2013 21:32:43 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/?p=2002 Leia abaixo o texto de Paulo Gomes, um dos participantes do Desafio GREAT:

 

Estados brasileiros apostam em polos de inovação

Institutos de pesquisa e parques tecnológicos estão entre as iniciativas que impulsionam desenvolvimento do país em TI

Com o crescimento econômico e político do Brasil no cenário mundial, fez-se necessário um maior investimento em tecnologia, para que o país passe a produzir mais conhecimento do que importa de seus pares. Uma das medidas tomadas nesse âmbito é o programa Ciência Sem Fronteiras, iniciativa do governo federal  que oferece bolsas de graduação e pós-graduação para brasileiros em instituições no exterior para as áreas de ciência e tecnologia.

A qualificação de profissionais em universidades de renome e vanguarda nessas áreas pretende gerar resultados ao país em médio prazo – por mais que ainda sobrem vagas no programa.

Além de contar com algumas das instituições de ensino mais conceituadas do mundo, o Reino Unido investe no desenvolvimento de start-ups, empreendedorismo digital e parques tecnológicos, o que assegura que os britânicos estejam entre os líderes mundiais quando o assunto é inovação.

O principal exemplo é a Tech City, a versão local do californiano Vale do Silício. Alocando empresas de tecnologia e propiciando um ambiente fértil para novas ideias no leste de Londres, a Tech City saltou de cerca de 15 companhias em 2008 para estimadas 5.000 em 2012. Entre elas estão desde nomes de peso como Google, Facebook, Cisco, Intel e Vodafone, até start-ups de sucesso como Last.fm e TweetDeck.

O governo local acelerou o crescimento da região, sob os cuidados do departamento ministerial de Negócios, Inovação e Habilidades (BIS). O BIS atua de forma semelhante ao Sebrae no Brasil, fomentando o empreendedorismo de pequenas empresas por meio de consultoria e incubadoras de negócios. A diferença é que o BIS é governamental, enquanto o Sebrae vem da iniciativa privada.

Semelhante ao Sebrae, mas ligada mais à inovação em si do que ao empreendedorismo, está o Nesta, com bases na Inglaterra, Escócia e País de Gales. A ideia da instituição é encorajar jovens com boas ideias, oferecendo o auxílio de profissionais que sabem como tirar aquilo do papel. “Queremos ensinar crianças a programar games ao invés de apenas jogá-los”, exemplifica seu vídeo institucional. O fomento não é direcionado apenas para crianças, que fique claro. Foi do Nesta, por exemplo, que saiu o primeiro aplicativo médico para celulares.

Outro exemplo de sucesso britânico é a Dyson, empresa que desenvolve novos produtos para o mercado, como um aspirador de pó sem fio ou sem saco de armazenamento de resíduos, um ventilador sem hélices e um secador de mãos mais eficiente e higiênico.

À sua maneira, o Brasil segue alguns desses exemplos. O Programa Start-up Brasil, do Ministério de Ciência e Tecnologia, investirá R$ 14 mi em cem projetos de start-ups – de todo o mundo, com a exigência de que se instalem no Brasil. A candidatura vai até meados de julho e o benefício tem início em 2014. Ao final do primeiro ano, as pequenas empresas escolhidas que se mostrarem estáveis receberão mais R$ 105 mi.

Polos tecnológicos no modelo da Tech City – e que disputam o título de “Vale do Silício brasileiro” – pipocam em diferentes regiões. Porto Digital, em Recife, é o maior, com mais de 200 empresas instaladas e 6.500 profissionais. Em Porto Alegre funciona a Tecnopuc, gerido pela PUC-RS. Existem também o Parque Tecnológico do Rio, na UFRJ e o de São José dos Campos (SP). Em Florianópolis, está em construção o Sapiens Parque, sob a gestão da UFSC.

Somadas às diversas instituições de pesquisa ligadas às universidades – como o IPT da USP em São Paulo, o ITP de Aracaju, fruto da Universidade Tiradentes, e o IPTI (em Santa Luzia do Itanhy, também em Sergipe) – o cenário brasileiro de inovação para os próximos anos é animador.

 

]]>
0
Desafio GREAT – Lições de modernização no futebol https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/08/07/desafio-great-licoes-de-modernizacao-no-futebol/ https://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2013/08/07/desafio-great-licoes-de-modernizacao-no-futebol/#respond Wed, 07 Aug 2013 19:40:13 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/?p=1999 Leia abaixo mais um texto de um dos participantes do Desafio GREAT, Guilherme Seto Monteiro:

 

Dois eventos transcorridos na segunda metade da década de 1980 marcaram um ponto de inflexão na história do futebol britânico. Em 1985, no estádio de Heysel, na Bélgica, jogavam Juventus e Liverpool pela final da Copa Européia, quando “hooligans” torcedores do time inglês forçaram um muro de proteção, que cedeu sobre a torcida “bianconera” – 39 torcedores morreram nesse episódio. Alguns anos adiante, em 1989, durante uma partida entre Liverpool e Nottingham Forest no Hillsborough Stadium, em Sheffield, 96 torcedores morreram – pisoteados, esmagados contra as grades – após a polícia perder o controle da quantidade de pessoas no estádio.

Para além do aspecto dramático, tais acontecimentos também definiram uma mudança de postura que alçaria o futebol britânico à condição atual de mais próspero do mundo – superando as ligas espanhola e italiana. Na década de 1980, o futebol britânico passava por um momento desfavorável sob diversos aspectos: econômico, infraestrutural, organizacional e técnico. Suas receitas eram inferiores às das ligas concorrentes, que prosperavam na crista da onda da globalização; seus estádios estavam sucateados; e seus melhores jogadores saíam do país para jogar em campeonatos de maior destaque.

As tragédias de Heysel e Hillsborough comoveram a opinião pública local e mobilizaram sua classe política, que encontrou em Lorde Taylor de Gosforth seu principal representante no encaminhamento das providências a serem tomadas. Desse esforço político conjunto surgiu o chamado Relatório Taylor, documento que se tornaria a pedra angular do futebol britânico que hoje é conhecido internacionalmente.

Em linhas gerais, as páginas do relatório estabeleciam medidas infraestruturais a serem cumpridas por entidades governamentais e os clubes de futebol, além de discriminar as responsabilidades de todos dali em diante – políticos, dirigentes, torcedores. A partir do relatório, os clubes fizeram obras radicais de modernização de seus estádios, que ganharam uma feição particular: há cadeiras numeradas para todos os torcedores; não há alambrados que separem os torcedores do gramado; não há muros de separação entre setores diversos.

Para além desses aspectos mais visíveis, há também a supervisão do comportamento dos torcedores por meio de um sistema de vigilância, a fiscalização contínua dos estádios por parte dos órgãos públicos, além de campanhas educativas pela civilidade nos estádios. No bojo desse processo de modernização, o Reino Unido construiu um produto com identidade própria: arquibancadas seguras e lotadas, que circundam um gramado esmeraldino como que cortado à régua. O investimento em segurança e qualidade tem dado retorno: segundo estimativas do jornal “The Telegraph”, o futebol inglês logo terá mais receitas provenientes da compra dos direitos de transmissão por emissoras estrangeiras que receitas originárias das redes de televisão locais, e assim caminha para ser a liga de futebol mais assistida no mundo.

O Brasil também teve sua cota de tragédias futebolísticas. Para lembrar somente duas, poderíamos remeter ao Flamengo e Botafogo, em 1992, quando as grades de proteção do Maracanã ruíram e quase uma centena de torcedores se feriu após uma queda de oito metros; ou a Bahia e Villa Nova, em 2007, quando sete torcedores morreram com o desmoronamento da arquibancada do estádio da Fonte Nova, em Salvador. Contudo, a despeito da comoção pública, as classes políticas e os dirigentes esportivos não se mobilizaram como seus correlatos britânicos. Os estádios brasileiros mais modernos são pródigos em apontar o pouco que o país aprendeu com os traumas de seu futebol: alguns já revelam problemas de estrutura; os torcedores encontram dificuldades nas bilheterias e na entrada; os alambrados permanecem, e ainda representam perigo; e os torcedores ainda temem a persistência de uma cultura da violência.

O Reino Unido é conhecido como o nascedouro do futebol; o Brasil carrega a alcunha de “país do futebol”. As primeiras lições britânicas, trazidas por Charles Miller nos últimos anos do século 19 em sua bagagem, junto de duas bolas, um par de chuteiras e uniformes usados, foram aprendidas com maestria pelos brasileiros, que criaram uma outra maneira de praticar o jogo: o “futebol-poesia”, tal como denominava Píer Paolo Pasolini. No entanto, as últimas lições de modernização ainda não foram bem assimiladas em terra brasilis, e enquanto as condições infraestruturais e organizacionais mínimas não forem alcançadas, o futebol nacional continuará um espetáculo de grandes artistas em palcos mambembes, apresentado para plateias mirradas.

 

]]>
0