O Instituto Questão de Ciência (IQC) anunciou o repórter Guilherme Balza, da Globo e da GloboNews, como ganhador da primeira edição do Prêmio Ruth Bellinghini de Jornalismo. Balza cobriu o caso Prevent Senior, operadora de saúde que utilizou medicamentos sem comprovação científica, como a hidroxicloroquina, em pacientes com Covid-19.

O anúncio foi feito na noite desta segunda-feira (22), na live de comemoração do terceiro aniversário do instituto. A microbiologista Natalia Pasternak, presidente do IQC, afirmou que a premiação será anual e que a expectativa é de que o reconhecimento seja querido entre os comunicadores de ciência e saúde. O prêmio homenageia Ruth Helena Bellinghini, jornalista falecida em agosto deste ano.

Segundo Pasternak, os critérios de escolha do profissional reconhecido se baseiam nas características do trabalho da própria Ruth: rigor científico, excelência ao produzir conteúdo e coragem para expor irregularidades –inclusive de quem dissemina desinformação no meio acadêmico, como lembrou Carlos Orsi, editor-chefe da Revista Questão de Ciência, da qual Bellinghini foi editora-assistente.

Balza, da Globo e GloboNews, considera que a pandemia permitiu que os jornalistas, inclusive os que não atuam na cobertura científica, aprendessem sobre pseudociência e charlatanismo. Segundo o repórter, a apuração do caso da Prevent Senior começou a partir da percepção de que muitos de seus vizinhos idosos receberam kits de remédios sem eficácia contra a Covid-19.

A desinformação também foi abordada na fala do físico Marcelo Yamashita, diretor científico do IQC. Para ele, o posicionamento mais incisivo da imprensa contra o negacionismo e a incorporação deste termo ao vocabulário tornam o momento propício para retomar o combate à pseudociência nas políticas públicas de saúde brasileiras.