Veículos investem na diversificação de produtos jornalísticos para fidelizar leitores, diz artigo
Antigamente, as empresas de comunicação confiavam no hábito diário dos seus leitores de começar as manhãs com uma xícara de café e a leitura do jornal impresso. Levando em conta a diminuição desse momento na rotina da população, a jornalista Sarah Scire comenta, em seu artigo para o Nieman Lab, que o futuro de veículos depende da capacidade de formar novos hábitos nos leitores.
Pensando no sucesso das newsletters e dos podcasts nos últimos anos, a autora compara tais conteúdos com a circulação de um jornal impresso, que tem horário e frequência estabelecida e afirma que a esperança dos editores é que o hábito de ler e escutar essas produções se torne uma parte essencial da rotina do público.
Os editores estão descobrindo que a métrica para começar ou cancelar uma assinatura é o número de dias que um leitor se envolveu com os produtos do veículo. Segundo a autora, para que esse número aumente, é preciso garantir que os leitores saibam o que está disponível para eles, tanto em relação ao fluxo diário de conteúdo como os serviços disponíveis no site. Ela também aponta que é preciso adicionar notificações ao produto principal para impulsionar o engajamento e reter assinantes.
Um relatório publicado pela Twipe, empresa de publicações digitais, examinou como está sendo essa criação de novos produtos de notícias e apresenta estudos de caso de veículos como The Economist, Wall Street Journal e New York Times.
O levantamento traz o caso do The Telegraph, com sua iniciativa “Project Habit”, que levou a equipe a buscar tempos de carregamento da página inicial mais rápidos e um serviço para enviar, pelo WhatsApp, resumos em áudio e links de notícias para os inscritos.
Segundo o relatório, o jornal descobriu que reduzir o tempo de carregamento de 9 para 5,5 segundos gerou um aumento de 49% nas assinaturas daqueles que visitam a página inicial.
O documento também indica que quanto mais recursos os novos assinantes tem contato, menor o risco de cancelar sua inscrição e, consequentemente, seu suporte financeiro. Uma equipe do Wall Street Journal conversou com o Nieman Lab e detalhou seus esforços para aumentar a formação de hábitos entre os leitores. Eles obtiveram dados que indicaram que jogar um quebra-cabeça do jornal teve um impacto maior na retenção de leitores do que outras ações como baixar o aplicativo ou assinar um boletim por email.