‘Stranger Things’ falhou na representação do jornalismo dos anos 80, diz artigo

A terceira temporada de “Stranger Things”, série da Netflix, retrata o estilo de vida dos anos 80 com fidelidade, mas, segundo artigo de Kelly McBride publicado na plataforma do Instituto Poynter de Estudos de Mídia, a representação feminina na Redação do jornal apresenta falhas.

O texto aponta que o The Hawkins Post, jornal retratado na série, parece estar inserido no contexto de 1955 e não no de 1985, ano em que se passa a história e que foi marcado por diversas conquistas femininas no jornalismo.

Nesta temporada, a personagem Nancy Wheeler (Natalia Dyer) trabalha no jornal com o namorado Jonathan Byers (Charlie Heaton) que, ao contrário dela, é reconhecido e valorizado em sua função. Cabe a Nancy cumprir as tarefas de servir café e entregar sanduíches. “Em muitos lugares, Redações de pequeno e médio porte estavam chegando ao seu auge. Em 1985, o prêmio Pulitzer reconheceu várias mulheres”, diz McBride, que é jornalista e vice-presidente sênior do Instituto Poynter.

Kelly McBride fala de profissionais premiadas e cita Katharine Graham, que era publisher do Washington Post e Anna Quindlen, colunista do New York Times.

Para a autora, em vez de reconhecer o jornalismo como ferramenta importante no reflexo dos anos 80, “Stranger Things” traça um cenário “liderado por homens arrogantes, desinteressados pelas dificuldades dos cidadãos comuns e mais empenhados em preservar o status quo do que responsabilizar os poderosos”.