Usuário do Twitter é mais jovem, rico e democrata que o americano médio, diz estudo

Uma pesquisa realizada no final do ano passado pelo Instituto Pew, nos Estados Unidos, revelou que o usuário médio do Twitter no país é mais rico, mais jovem e mais propenso a votar nos candidatos do Partido Democrata que o americano médio.

A idade média do usuário adulto da rede social é de 40 anos, enquanto a idade média do americano adulto é de 47 anos. Além disso, 42% dos tuiteiros têm diploma universitário, um grau de educação comum a 31% da população americana. Essa proporção praticamente se repete na faixa de renda mais alta da população: enquanto 41% dos usuários da rede ganham mais de US$ 75 mil por ano (R$ 295 mil), 32% da população adulta americana chega a esse salário.

A maior distorção, porém, ocorre nas preferências políticas. Somente 35% dos usuários do Twitter se dizem propensos a votar em candidatos do Partido Republicano, enquanto 43% dos adultos americanos tendem a votar nesse partido. 60% dos usuários do Twitter tendem a votar em candidatos do Partido Democrata, uma preferência comum a 52% da população.

A pesquisa também mostra uma desigualdade entre os 10% de usuários mais ativos na plataforma — que produzem 80% dos tuítes nos EUA — e os 90% estantes. Enquanto o grupo mais engajado tuita, em média, 138 vezes por mês e tem um número médio de 387 seguidores, a base dos usuários da rede tuita duas vezes por mês e tem em média 19 seguidores.

O jornalista Alexis C. Madrigal, da revista americana “The Atlantic”, vê nesses números um contraste entre boa parte dos profissionais de mídia, usuários assíduos do Twitter, e o restante da população dos EUA. Ou seja: há também no Twitter um efeito relevante de bolhas de opinião, fenômeno associado geralmente ao Facebook.

“O Twitter é uma experiência altamente individual que funciona como uma alucinação coletiva, e não uma comunidade”, escreveu. “O Twitter não reflete os EUA.”