Repercussão online leva editor da revista The New Yorker cancelar convite a aliado de Trump
David Remnick, editor da revista americana The New Yorker, cancelou o convite a Steve Bannon, ex-chefe de estratégias do presidente Donald Trump, para participar do evento promovido pela revista, o The New Yorker Festival, que ocorre em outubro. O anúncio da presença do aliado de Trump, feito na última segunda-feira (3), provocou uma grande repercussão negativa na internet, levando convidados a cancelarem a presença no festival. Jornalistas da revista também se manifestarem nas redes sociais contra a participação de Bannon. As informações são do The Guardian e do The New York Times.
Remnick pretendia entrevistar Steve Bannon ao vivo, com a presença de uma plateia.Entretanto, após o anúncio da presença do aliado de Trump, a jornalista da New Yorker e vencedora do prêmio Pulitzer de 2016, Kathryn Schulz, comentou no Twitter: “Eu amo trabalhar aqui [na revista New Yorker], mas estou pra lá de chocada com isso. Eu já deixei claro para David Remnick. Você também pode”, disponibilizando um email para contato com a revista.
Os atores Jim Carrey, Patton Oswalt e Judd Apatow, e o comediante John Mulaney foram algumas das celebridades de Hollywood que se manifestaram nas redes dizendo que não compareceriam ao evento por conta da presença de Bannon.
David Remnick publicou uma nota anunciando que cancelaria o convite a Steve Bannon. Para Remnick “entrevistá-lo não significa dar apoio às ideias dele”. “Levei em consideração as preocupações de leitores e membros da equipe. Conversei com colegas e reconsiderei. Há um jeito melhor de fazer isso.”
Em resposta ao comunicado de Remnick, Bannon explicou que “a razão para aceitar o convite foi simples: eu enfrentaria um dos jornalistas mais destemidos de sua geração”. “No que eu chamaria de um momento decisivo, David Reminick se mostrou covarde quando confrontado pela multidão online”, disse.
Bannon administrou a campanha de Donald Trump nos últimos meses das eleições de 2016, nos EUA, e foi chefe de estratégias políticas da Casa Branca até agosto do ano seguinte. Ele deixou o cargo após as manifestações racistas de extrema direita em Charlottesville, Virginia, e saiu do círculo próximo de Trump depois de ter sido citado várias vezes no livro “Fogo e Fúria”, do jornalista Michael Wolff, que expôs bastidores da campanha e dos primeiros anos de governo do republicano.