Texto da ‘New Yorker’ sugere novas perguntas fundamentais do jornalismo
Diante das mudanças que têm ocorrido nos cenários político e econômico em escala mundial, um artigo da revista “New Yorker” sugeriu, com bom humor, algumas adições aos tradicionais cinco W’s da produção jornalística —who, what, when, where e why (em português, quem, o quê, quando, onde e por quê).
O texto é do escritor e colaborador da publicação, Luke Burns. Conheça a seguir as sugestões.
Os dois As
Are you fucking kidding me? (Você está brincando comigo?)
Segundo a revista, jornalistas hoje são chamados com frequência para cobrir acontecimentos que parecem piada. Como repórter, o ideal é confirmar antes se não se trata de “uma pegadinha sem graça, uma tentativa equivocada de performance artística ou um depravado show de palhaços em um carnaval demente de vulgaridade”.
Am I dreaming? (Eu estou sonhando?)
A publicação diz que, ao ser confrontado com eventos estranhos e inquietantes que têm uma lógica própria, o jornalista deve conferir se tudo não passa de um sonho. “O que você está vendo pode ser um pesadelo ou então um evento verdadeiro que está realmente acontecendo no mundo em que vivemos.”
O S
Seriously? (Sério?)
O veículo recomenda que o repórter sempre olhe o entrevistado nos olhos e pergunte: “Sério? Você está realmente me dizendo isso com cara séria?”
Os três Hs
How did this happen? (Como isso aconteceu?)
A pergunta, que antes servia para entender a cadeia de eventos que levou a um determinado incidente, hoje significa que devemos dar uma boa olhada em nosso reflexo no espelho e pensar sobre como nossas escolhas nos trouxeram ao lugar onde estamos.
Have you no shame? (Você não tem vergonha?)
A revista diz que a resposta provavelmente será não, mas é melhor perguntar de qualquer forma.
Holy shit (Puta merda)
“Não é bem uma pergunta, mas ainda assim se trata de uma importante perspectiva para o jornalista ter em mente”, brinca o texto.
O I
Is there no respite from the madness? (Não há trégua desta loucura?)
Esta é uma pergunta relevante para quem cobre questões mundiais, de negócios, esportes ou mesmo para quem faz resenhas de restaurantes.
“Agora temos quatro Ws [o artigo também sugere a retirada da pergunta ‘quem’, já que os responsáveis seríamos sempre todos nós], dois As, um S, três Hs e um I. Comparado ao sistema original, é muito mais complicado, confuso e incoerente e exemplifica perfeitamente esta era desconcertante em que a verdade parece ter pouco significado”, conclui o artigo.