Projeto traça panorama para jornalismo brasileiro em 2017

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Baseados na iniciativa Predictions for Journalism, do site “Nieman Lab”, o Farol Jornalismo e a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) lançaram o projeto O Jornalismo no Brasil em 2017.

Para refletir sobre o momento atual do jornalismo e traçar possibilidades para a profissão no ano que vem, eles convidaram 13 jornalistas e profissionais de outras áreas para escrever sobre temas como ética, checagem de fatos, jornalismo de dados e diversidade.

Segundo os articulistas, em 2017 os jornais devem investir em conteúdo de maior qualidade e enfrentar a disseminação de notícias falsas que circulam em redes sociais. Entre as apostas se destacam um jornalismo mais local, que se aproveite das brechas deixadas pelo grandes veículos; matérias que ouçam vozes mais múltiplas; e pautas que procurem se aprofundar em temas de transformação social.

Jornalista na redação da Folha de S. Paulo
Jornalista na redação da Folha de S. Paulo (Foto: Marcus Leoni/Folhapress)

No campo da ética, o professor de jornalismo da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) Rogério Christofoletti afirma que uma imprensa mais transparente e aberta ao público poderá alavancar o nível de confiança de leitores,. Ele defende um esforço para que os veículos se diferenciem das redes sociais, em busca de maior credibilidade.

Segundo o repórter da Folha Rubens Valente, que participa do projeto, fica claro que, com a Lava Jato, os jornais continuarão investindo no noticiário quente em 2017 e darão pouca atenção à investigação jornalística. “A prioridade das redações à cobertura diária coincide com um período severo da bem conhecida crise financeira dos principais jornais, com muitas demissões e queda brutal de receita”, diz.

Os articulistas apostam ainda na consolidação do uso de outros formatos no meio jornalístico, como o vídeo digital, que deverá passar a ter uma linguagem mais sofisticada, o podcast, com grandes possibilidades ainda a serem exploradas, o jornalismo de dados, área que deverá ter maior capacitação no futuro, e novos recursos que interajam com a percepção e a sensibilidade do público.