Em artigo, ombudsman do ‘New York Times’ questiona falta de agilidade do jornal
Em seu artigo “Na corrida pelos millenials, é hora de se apressar”, a ombudsman do “New York Times”, Liz Spayd, comenta a lentidão do jornal na cobertura de notícias, em comparação com veículos mais novos, voltados para leitores millenials –a expressão define pessoas que nasceram entre a década de 1980 e o final do século passado e cresceram em um ambiente de forte desenvolvimento tecnológico.
A partir do formato de telejornal lançado recentemente pela “Vice”, sem âncora nem publicidade, Spayd escreve sobre a cobertura de uma greve que atingiu prisões de 12 Estados norte-americanos.
“É uma dessas histórias que ganharam tração em veículos digitais, como ‘The Marshall Project’ e ‘The Intercept’, mas receberam pouca atenção de empresas jornalísticas tradicionais”, afirma a jornalista.
Questionado sobre a pouca cobertura dada ao assunto, o editor nacional do jornal, Marc Lacey, conta que é difícil apurar a história em um curto espaço de tempo, já que repórteres não podem entrar nas prisões onde a greve está acontecendo. Ele também afirma, no entanto, que há dois jornalistas fazendo uma apuração aprofundada do tema.
Apesar de reconhecer os esforços do jornal, Spayd diz que falta uma abordagem mais ágil, citando como contraponto a “Vice”, que conseguiu falar em vídeo por celular com um dos presos, e “The Marshall Project”, que criou uma seção de perguntas e respostas e deu destaque a uma série de documentos judiciais sobre o caso.
“A abordagem mostra por que o ‘Times’ não se livrou da reputação de pensar que algo só é notícia se o jornal disser que é”, diz a ombudsman. “Isso pode ter sido verdade em algum ponto, mas o ritmo da imprensa já não é mais determinado a partir de um edifício na Times Square.”