Jornalistas veem profissão como ‘modelo quebrado’ e desconfiam do Facebook, diz pesquisa
O jornalismo é um modelo de negócios “quebrado que deixa jornalistas com fundos insuficientes para fazer um bom trabalho”. As pessoas não confiam na mídia hoje devido a um “discurso público mais polarizado politicamente”.
Essas foram algumas das visões apontadas em uma enquete feita pela publicação “New York Magazine” com 113 jornalistas de mídia impressa, televisiva e digital dos Estados Unidos. Além de oferecer questões optativas, a revista permitiu que os participantes fizessem pequenos comentários para cada pergunta.

Os resultados, publicados neste domingo (24), também mostram que a maior parcela dos jornalistas (44%) acredita que a mídia está pior hoje do que era há uma década. Outros 37% afirmam que o jornalismo melhorou e 19% não veem mudanças significativas na atividade.
Os comentários sobre a questão são divididos. Um deles diz que “é melhor de algumas formas e pior de outras”. “O número de jornais que encolheram, demitiram funcionários ou foram engolidos por alguma cadeia empresarial prejudicou o jornalismo. Por outro lado, novas formas narrativas e o alcance global das agências de notícias são avanços formidáveis.”
Apesar de uma maioria apertada de 53% dos jornalistas aprovar o uso das redes sociais na profissão, 81% se dizem preocupados com a crescente dominação do Facebook na distribuição de notícias.
O problema mais citado relacionado à rede social, com 41% dos votos, foi a criação de filtros em que as pessoas só leem notícias que estejam de acordo com sua visão de mundo.
Uma maioria de 81% dos participantes também afirma que a mídia ajudou a criar o fenômeno Donald Trump nas eleições norte-americanas. Para 60%, o milionário recebeu atenção demais da imprensa, em detrimento de outros candidatos, mas 71% discordam que a cobertura feita sobre ele seja tendenciosa.
Outros 75% dos entrevistados afirmaram sentir pressão para produzir notícias que atraiam um público maior. Grande parte dos comentários dos jornalistas, no entanto, não demonstra uma visão negativa sobre a questão. “É um fato da vida que a cobertura deve ser estruturada com o aumento do público em mente”, afirma um deles.
Veja no site da revista os resultados completos da pesquisa.