Conheça seis motivos que levaram jornais americanos a suspender os paywalls
Desde que o “New York Times” lançou seu paywall (muro de pagamento), que exige pagamento após o acesso a um certo número de páginas, em 2011, muitos jornais seguiram o exemplo.
Entre 1999 e 2015, porém, os jornais também suspenderam seus paywalls 69 vezes, segundo uma pesquisa da University of Southern California. Em 41 ocasiões, eles foram derrubados apenas temporariamente; 28 vezes os jornais tomaram a decisão de reduzi-los ou eliminá-los permanentemente.

“Conteúdo que era considerado valioso o suficiente para ser cobrado se torna gratuito porque empresas jornalísticas concluem que ele deve circular livremente”, diz o estudo. “A imprensa comercial às vezes, brevemente, se parece com uma emissora de serviço público.”
A pesquisa categorizou essas mudanças em favor da gratuidade em seis cenários:
1) Emergências públicas
Tragédias como o furacão Sandy na costa leste dos EUA, em 2012, e o bombardeio na maratona de Boston, em 2013, fizeram jornais como o “NYT” e o “The Wall Street Journal” derrubarem seus paywalls temporariamente.
Segundo o estudo, essas suspensões temporárias explicitam a linha editorial dos jornais. “Quem eles acreditam que sua publicação impacta, do que assumem que seu público precisa e a maneira pela qual se enxergam como serviço público.”
2) Eventos especiais planejados
Alguns jornais suspenderam seus paywalls para eventos como eleições ou Olimpíadas. O “Financial Times”, por exemplo, derrubou o paywall no dia 23 de junho, quando o Reino Unido votou pela saída da União Europeia. De acordo com o estudo, no caso de eleições, a escolha mostra que tipos de cobertura o jornal acredita que são “significativas o suficiente para o público para serem gratuitas”.
3) Mais acesso
Em alguns casos, os paywalls foram retirados para atender a agendas particulares dos jornais. Em 2014, o “Times” deu uma semana de acesso livre ao app NYT Now para promover o Dia Nacional de Engajamento em Notícias.
4) Publicidade
Publicações também eliminam seus paywalls por patrocínios ou parcerias locais. O “L.A. Times” suspendeu seu paywall por três dias em 2014 depois de uma atualização no design de seu site, passando a mostrar apenas publicidade da Etihad Airways.
5) Aumento de público
A eliminação ou redução de paywalls também pode acontecer com o objetivo de aumentar a audiência. Em 2014, o “Automotive News” derrubou seu paywall durante a Mostra Norte-Americana de Automóveis Internacionais em Detroit para promover seu novo produto internacional. Em 2015, o “Financial Times” introduziu preços reduzidos para atrair novos assinantes.
6) Experimentação
Os jornais também eliminam paywalls para chegar à melhor maneira de cobrar por suas notícias. O “Toronto Star”, por exemplo, cancelou o seu em 2015 no lançamento de seu novo app para tablets. “Esses experimentos sugerem uma questão contínua para muitas derrubadas de paywall: entender como e quando configurar paywalls em formas que se alinhem com a missão da organização”, diz o estudo.