Imprensa egípcia boicota nome de ministro após polícia prender jornalistas

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Em protesto contra a prisão de dois jornalistas e a invasão da sede do sindicato da categoria, jornais egípcios – entre eles “Al-Ahram”, de propriedade do governo — decidiram não citar mais o nome do ministro do Interior, Magdy Abdel Ghaffar, em suas matérias e publicar sua foto apenas em negativo.

Jornalistas também ameaçam entrar em greve caso o presidente Abdel Fattah al-Sisi não peça desculpas pela invasão, ordene a liberação dos dois jornalistas e demita Ghaffar do cargo de ministro.

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Imagem em negativo do ministro Magdy Abdel Ghaffar publicada pelo jornal “Al-Ahram” (Reprodução/Twitter)

Segundo o sindicato, os jornalistas Amr Badr e Mahmoud al-Sakka, do site Bawabet Yanayer, crítico ao governo, foram presos durante uma invasão policial à sede da organização no Cairo, no domingo (1º). O ministro do Interior nega a invasão, mas confirma as prisões.

As ações da categoria foram definidas na quarta-feira (4), em uma reunião de emergência na sede do sindicato. Do lado de fora do edifício, jornalistas manifestaram-se contra a repressão aos meios de comunicação no país aos gritos de “jornalismo não é crime”.

Os editores do jornal “Al-Ahram” afirmaram em comunicado que “o vergonhoso ato de invadir o sindicato dos jornalistas” é “sem precedentes e inaceitável”.

“O ministro do Interior não será bem-sucedido em seu objetivo maldoso de amordaçar bocas e sufocar a liberdade de opinião e expressão, direitos estabelecidos na Constituição, que os líderes de segurança ainda precisam ler”, diz o jornal.