Fundação Lemann dá bolsa a quem é selecionado por universidade estrangeira 

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Fundação Lemann utiliza um critério de seleção diferente de outras instituições ao conceder bolsas de estudo no exterior. Quem escolhe o agraciado é a própria universidade.
 
O processo de seleção de universidades americanas utiliza, de maneira geral, a pontuação em dois testes: o TOEFL, que baliza o conhecimento da língua inglesa, e o GRE, uma avaliação de inglês e matemática lógica. Além disso, há o “essay”, um texto em que a pessoa faz seu perfil e narra experiências de vida.
 
Para Anna Laura Schmidt, gerente de projetos da Fundação Lemann, o erro de muitos candidatos brasileiros é apostar no bom desempenho nos testes, enquanto a universidade aprova aqueles que têm um perfil mais interessante para elas.
 
Ela aconselha conhecer muito bem a universidade e o programa para o qual a pessoa está se candidatando. “É comum fazer uma candidatura padrão e mandar para dez universidades. O melhor é fazer cada uma bem customizada, pesquisando sobre aquele programa, que perfil é procurado, quais disciplinas a instituição oferece.”
 
TRANSFORMADORES SOCIAIS

 

Criada pelo empresário Jorge Paulo Lemann, a Fundação desenvolveu o programa Lemann Fellowship, com bolsas de pós-graduação no exterior para projetos com viés social.
 
Assim como para as demais bolsas da Fundação, a curadoria deste programa é realizada pelas universidades parceiras –Harvard University, Stanford University, Columbia University, University of Illinois, University of California e MIT, entre outras. 
 
O processo seletivo varia de acordo com a instituição. Em alguns casos, a bolsa deve ser solicitada no momento da inscrição para a seleção do programa de pós-graduação. Em outros, a solicitação deve ser feita depois que o aluno recebe a confirmação de que foi aceito na universidade. Os prazos e documentos necessários podem mudar de instituição para instituição. 
 
Desde a criação da fundação, em 2002, foram concedidas mais de 250 bolsas. “O perfil é de pessoas que já vêm de uma trajetória de impacto social ou que querem fazer uma mudança de carreira nessa direção”, explica a coordenadora de projetos da Fundação Lemann. “O projeto começou como um programa de bolsas e vimos que fazia todo o sentido trabalhar com essas pessoas, colocando todos em rede.”

 

Elen de Paula, que fez parte de uma das primeiras turma de bolsistas, em 2009, quando cursava mestrado em desenvolvimento social e econômico na Universidade Columbia, em Nova York, aproveitou essa rede para se recolocar no mercado de trabalho ao voltar ao Brasil.
 
“Fazer parte de um networking com pessoas importantes em vários setores da economia brasileira contribui tanto na minha vida profissional quanto pessoal”, conta a hoje diretora-executiva da ONG United Way Brasil.