Resistimos graças aos nossos leitores, diz editor-executivo do ‘NYT’
Em outubro deste ano, o “The New York Times” comemorou o marco de 1 milhão de assinantes exclusivamente digitais. Confira abaixo uma coluna do editor-executivo do jornal, Dean Baquet, sobre a conquista.
The New York Times atinge um marco, graças aos nossos leitores
Quando o Supremo Tribunal tomou sua decisão histórica neste ano sobre o casamento homossexual e outros assuntos, o repórter que fez a cobertura para o “The New York Times” foi um advogado formado na Universidade de Yale.
Nosso jornalista que deu o furo sobre as armas químicas abandonadas no Iraque foi um ex-capitão dos Fuzileiros Navais. A equipe que cobriu o atentado ao “Charlie Hebdo” em Paris contou com oito correspondentes francofalantes. O jornalista de “NYT” que analisou um estudo definitivo sobre a desigualdade de renda [nos EUA] trabalhava no Federal Reserve [banco central americano].
Na última semana, o “NYT” celebra um grande avanço: ultrapassamos um milhão de assinaturas digitais exclusivas, contando agora com uma base de leitores muito maior do que qualquer outra organização midiática no mundo. Temos mais de 1,1 milhão de assinaturas digitais e impressas, ou seja, no total temos mais assinaturas agora do que em qualquer outro período de nossos 164 anos de história.
Muitas organizações de imprensa que enfrentam a concorrência de meios digitais reduziram drasticamente o tamanho de suas Redações e seus investimentos em reportagem.
Mas “The New York Times” resistiu.
Graças aos nossos assinantes.
Dia após dia, o apoio financeiro de nossos leitores aprofunda e amplia cada vez mais a profundidade e abrangência do nosso jornalismo.
No mês passado, compartilhamos com vocês uma lista das 50 melhores reportagens e séries de reportagem que publicamos desde que começamos a oferecer assinaturas digitais em 2011. O poder dessas histórias reflete a força da Redação do “NYT”.
Ainda trabalhamos com o mesmo número de jornalistas de 15 anos atrás – e hoje a organização conta com editores gráficos, desenvolvedores, jornalistas de vídeo e outros ligados à inovação digital que enriquecem nossos serviços digitais.
Esses profissionais, ainda, não estão presos às suas mesas. O seu trabalho é encontrar novas informações que possam ser úteis para os nossos leitores entenderem o mundo.
Fazer esse tipo de jornalismo requer especialização.
É por isso que o “NYT” contrata médicos para cobrir a área da saúde, economistas para escrever sobre economia e cartógrafos profissionais para fazer mapas. Muitos dos nossos jornalistas têm anos de experiência, trabalhando nas mesmas ruas, nos mesmos bairros, afiando seu conhecimento e seu senso crítico.
Nos últimos anos, continuamos firmemente comprometidos com a produção de notícias porque isso condiz com os nossos valores de sempre.
Quando os meios impressos foram censurados durante a Segunda Guerra Mundial, o “NYT” cortou publicidade em vez de cortar notícias. Quando chegaram os tempos difíceis dos anos 1970, muitas publicações se retraíram, mas “NYT” cresceu, criando novas seções.
Agora, na era digital, quando muitas dessas novas organizações estão sofrendo pressão, são vocês mesmos –os nossos leitores– que ajudam a nos fortalecer.
A decadência do NYT, com o número de assinaturas reais mal superando os cem mil, mostra o que dá perder a isenção e virar uma máquina de propaganda esquerdista, nada que os mirréis das assinaturas digitais sejam capazes de salvá-lo.