Testamos o serviço de aluguel de bikes em Londres
POR RAYANNE AZEVEDO E RAFAEL BALAGO
Na segunda-feira (2), após cumprir nosso primeiro dia de agenda oficial em Londres para conhecer projetos de sustentabilidade, eu e o repórter Rafael Balago decidimos encarar a volta ao hotel nos pedais.
As bikes abundam por aqui: a Transport for London, agência governamental de transportes, tem um esquema com mais de 11 mil disponíveis para aluguel, distribuídas por cerca de 750 estações.
Na zona central da cidade, não é preciso andar muito para se deparar com uma delas por aí —no nosso caso, bastou uma caminhada de dois minutos.
O serviço sai por duas libras (R$ 11,60), que dão direito a jornadas múltiplas de até meia hora, com intervalo mínimo de cinco minutos entre cada viagem —se a viagem extrapolar esse período, cada meia hora adicional sai por mais duas libras. Passadas 24 horas, é preciso pagar duas libras de novo para fazer outro empréstimo, sob as mesmas condições.
Outra alternativa mais rentável para quem já vive em Londres é o aluguel anual, por 90 libras (R$ 522) —o que permite acessar as bikes a qualquer momento sem pagar nada a mais, desde que as jornadas não excedam meia hora.
Em São Paulo, serviços similares, como o Bike Sampa, saem de graça em viagens com duração de até uma hora.
Se os valores podem doer no bolso de um turista brasileiro, isso parece não ter desencorajado os usuários do sistema em Londres —desde que foi implantado, em 2010, foram mais de 43 milhões de viagens, com um recorde de 73 mil em um único dia, segundo dados de julho deste ano da Transport for London.
Em São Paulo, que adotou o sistema em 2012, o Bike Sampa, com frota de cerca de 2.000 bicicletas, começa a se aproximar da marca de 1,5 milhão de viagens.
E para quem está disposto a fazer algum esforço físico, a alternativa ainda sai em conta —o bilhete que permite viagens ilimitadas de metrô, trem e ônibus nas zonas centrais da cidade com validade de 24 horas sai por 6,40 libras.
Aplicativos para celulares como Citymapper e Googlemaps ajudam a traçar rotas seguras para ciclistas.
COMO FOI
No nosso caso, o caminho de volta até o hotel, de cerca de 3 km, foi cumprido em aproximadamente 20 minutos. Saímos por volta das 18h, então ainda pegamos um trânsito intenso.
Pouco familiarizados com os arredores, demos algumas voltas a mais do que o necessário até encontrarmos as rotas indicadas de fato, mas nem isso chegou a ser um problema: há ciclistas por toda parte, que encaram os pedais como meio de transporte, e aparentemente a convivência no trânsito é pacífica —em alguns pontos, ciclistas e ônibus compartilham a mesma faixa e, na hora do rush, é comum que façam ultrapassagens fora da ciclofaixa.
Os veículos mantêm distância das bicicletas, que devem ser equipadas com luzes e refletores, não trafegam nas calçadas e têm de obedecer aos semáforos.
A Folha viajou a Londres a convite da missão diplomática britânica no Brasil.