Quer ser voluntário? Veja oito projetos de jornalismo comunitário

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Todo mundo pode ser repórter?

A jornalista Amanda Rahra acredita que sim. Projetos como o coletivo Énois, que ela ajudou a criar, buscam transformar moradores de favelas, bairros periféricos e cidades do interior em repórteres. São adolescentes e jovens que aprendem técnicas de texto, foto e vídeo para registrar e documentar o que acontece em suas comunidades.

Em alguns casos, os projetos são fundados por jornalistas que querem mudar a maneira como as favelas e periferias são noticiadas. Em outros, o objetivo é documentar a cultura e os principais acontecimentos do dia a dia locais.

“A gente quer que todo moleque possa fazer um vídeo que tenha 17 mil curtidas no YouTube”, diz Rahra.

Abaixo, confira oito projetos de jornalismo comunitário em diferentes cidades do Brasil. Jornalistas interessados em participar como voluntários são bem-vindos.


Viva Favela (Rio de Janeiro, RJ)

O projeto, que integra as ações da ONG Viva Rio, surgiu há 14 anos e passou por algumas mudanças desde então. Atualmente, reúne cerca de 20 colaboradores fixos que produzem reportagens sobre temas ligados às favelas e que são publicadas no site Viva Favela. A ideia é elaborar conteúdos que partam da perspectiva dos moradores das comunidades e que também retratem o cenário cultural destes locais — fugir, portanto, do lugar-comum de violência e pobreza. Os textos são remunerados e novos colaboradores são bem-vindos.

O Viva Favela também promove oficinas de jornalismo em comunidades do Rio. Os cursos duram de três a quatro semanas e os alunos aprendem princípios básicos de reportagem, técnicas de redação, fotografia e debatem temas relacionados aos direitos humanos. A iniciativa é financiada por empresas e organizações parceiras.

Contato:
Tel.: (21) 2555-3750  Ramal: 3274

 

Periferia em Movimento (São Paulo, SP)

É um coletivo formado por jovens de bairros periféricos da zona sul de São Paulo. Promove palestras e debates que abordam temas como a representação da periferia na mídia e direitos humanos. Também realiza oficinas em que jovens discutem o que é reportagem, qual o papel do jornalista, o que é notícia em seus bairros e aprendem técnicas de redação e vídeo. As reportagens produzidas são publicadas no site Periferia em Movimento.

Contato:
contato@periferiaemmovimento.com.br / Tel.: (11) 9 9300-1922

 

Expressão Comunitária (São Paulo, SP)

Em seu primeiro ano, promove oficinas de jornalismo e audiovisual para jovens da Vila Cisper, bairro da zona leste de São Paulo. Em breve terá site próprio para divulgação das reportagens.

Contato:
expressaocomunitaria@gmail.com

 

Associação Beneficente de Amparo à Família (Abenaf) – (Carapicuíba, SP)

A ONG oferece curso de jornalismo comunitário para jovens a partir de 16 anos, além de oficinas de fotografia, que são ministradas por profissionais da área, em trabalho voluntário.

Contato:
contato@abenaf.org.br / Tel.: (11) 2835-3579
Você Repórter da Periferia (São Paulo, SP)

O projeto dos jornalistas Thais Siqueira e Ronaldo Matos promove oficinas de educomunicação para jovens da periferia de São Paulo. A ideia é que eles possam produzir pautas novas e positivas sobre as regiões mais afastadas da cidade, que costumam ganhar as páginas dos jornais em situações ligadas à violência. Há aulas de vídeo, foto, edição e redação. As reportagens produzidas durante os cursos podem ser conferidas no blog Desenrola e Não Me Enrola.

Contato:
desenrola@desenrolaenaomenrola.com.br / desenrola.jornalismo@gmail.com
Rede Mocoronga de Comunicação Popular – (Santarém e região, PA)

A Rede Mocoronga de Comunicação Popular surgiu em 1996 está presente em 35 comunidades ribeirinhas dos rios Tapajós e Arapiuns, no Pará (todas elas têm entre 50 e 200 famílias). O projeto atua na formação de jovens e adolescentes, que participam de oficinas para formação de repórteres comunitários. Os participantes aprendem a produzir programas de rádio, vídeos e reportagens, de maneira que possam alimentar redes sociais, jornais e blogs.

A principal frente de atuação da rede, entretanto, é o rádio. O meio de comunicação tem importância singular na Amazônia, especialmente nas comunidades mais isoladas em que outros veículos chegam com mais dificuldade — só há internet em 15 das localidades atendidas pela rede, por exemplo. A sede do projeto, que fica em Santarém, auxilia os jovens na edição, produção e difusão de programas, que são transmitidos em rádios comunitárias e rádios-poste.

Contato:
psa@saudeealegria.org.br / Tel (93) 3067-8000
Énois (São Paulo, SP)

É uma agência-escola de jornalismo pra jovens de 14 a 21 ano. Além de promover cursos presenciais de redação, foto e vídeo, tem uma plataforma online de educação à distância (EAD) que conta com mil alunos.
A rede de colaboradores, que se formou a partir das aulas de jornalismo que as fundadoras Amanda Rahra e Nina Weingrill davam em comunidades periféricas da cidade, reúne cerca de 300 pessoas de bairros como Capão Redondo e Vila Brasilândia e também de fora do Estado.

O conteúdo produzido nas aulas e pelos colaboradores fixos ganha as redes por dois meios: a página Na Responsa!, fruto de parceria com o site Catraca Livre e a Ambev, e o blog Énois, parceria com o Brasil Post.

Contato:
amanda@enoisconteudo.com.br / Tel: (11) 2506-9601

 

Rede Potiguar de Televisão Educativa e Cultural (Currais Novos, RN)

A ONG trabalha com alunos de escolas públicas das comunidades urbanas e rurais de Currais Novos, Mossoró, Açu, Nísia Floresta, Florânia, Natal, Campo Grande e Itajá. Através de oficinas de audiovisual, fotografia e texto, o projeto aborda temas como patrimônio e memória cultural, igualdade de gênero, cultura popular e protagonismo de crianças e adolescentes. As produções dos alunos são exibidas em eventos nas comunidades e no canal de TV a cabo Rede Potiguar de Televisão Educativa e Cultural, transmitido na região.

Contato:
cecop_rn@hotmail.com

 

 

 

Comentários

  1. muito bacana a matéria publicada, é bom saber que existem projetos magníficos espalhados por vários cantos do brasil.

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