Rede social Snapchat ganha espaço como canal de informação
Por Rafael Bahia
Você já ouviu falar em Snapchat? Se você tem mais de 40 anos, a resposta dificilmente será sim. Criada em 2011, essa rede social exclusiva para smartphones tem se popularizado entre adolescentes e jovens adultos.
A razão do sucesso é simples: à medida que redes, como Facebook, Instagram e WhatsApp, ganham fama entre os adultos (muitos deles pais, tios e avós), as novas gerações migram para esse aplicativo, que permite escolher com quem compartilhar fotos e vídeos –e os destrói poucos segundos depois que eles são vistos, desestimulando o repasse das imagens.
Com a popularidade, o Snapchat aprimorou suas ferramentas. Agora, já estão disponíveis medidores de temperatura e velocidade, filtros para fotos e os chamados “geofilters” –carimbos sobre as imagens que mudam de acordo com a localização geográfica.
Ele ainda transmite eventos ao vivo com “snaps” enviados pelos usuários, como festivais de música e competições esportivas. Essa espécie de streaming coletivo deu origem às “live stories”, em que moradores de diversas cidades compartilham suas fotos e vídeos com toda a rede.
Os veículos de comunicação já perceberam o potencial dessa nova plataforma: hoje, 11 companhias publicam conteúdo diariamente no aplicativo, entre elas CNN, “Daily Mail”, Vice,National Geographic, “Cosmopolitan”, “People”, BuzzFeed, além de canais de TV, como MTV, Bleacher Report, Food Network, Fusion.
O material de todos os veículos é pensado para o aplicativo. Apesar de a maioria ainda ser composta principalmente de textos e vídeos, muitos possuem efeitos sonoros, animações, joguinhos e possibilidades de enviar imagens personalizadas para os amigos.
“No Brasil, notamos um aumento no uso por celebridades e blogueiros, como Gabriela Pugliesi, Bruna Marquezine, Camila Coelho e Rafinha Bastos”, disse Shannon Kelly, da equipe do Snapchat ao Novo em Folha. “No entanto, poucos veículos de mídia brasileiros estão usando-o de maneira consistente, como vem acontecendo em outros países”, acrescenta.
Não é por falta de apelo: o fundador da companhia, Evan Spiegel, introduziu recentemente o modelo 3V de propaganda. O nome vem dos diferenciais do aplicativo: vídeo, vertical e “views”. Segundo dados da empresa, o conteúdo é mais facilmente assistido por ser exibido na vertical e em tela cheia. Além disso, é a plataforma onde mais se conseguem “views”: cerca de 2 bilhões de clipes são vistos diariamente por seus 100 milhões de usuários ativos.