As (des)informações vindas da Coreia do Norte
O manual do jornalista recomenda que se confirme a veracidade das informações, mas como fazer isso em reportagens sobre um dos países mais fechados do mundo?
No dia 12 de maio, vários veículos de comunicação noticiaram que o presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, mandou executar o ministro da Defesa, Hyon Yong-chol, acusado de traição e de desrespeito após ter caído no sono durante evento com a presença do ditador.
A informação foi divulgada amplamente pela imprensa com base em um informe feito por Han Ki-Beom, vice-diretor do Serviço Nacional de Inteligência (NIS) da Coréia do Sul, a uma comissão parlamentar.
Segundo o relatório, Hyon foi executado com fogo antiaéreo no dia 30 de abril para uma plateia composta por centenas de oficiais.
No entanto, analistas sul-coreanos questionaram a autenticidade do relatório, dizendo que o ministro ainda aparecia ao lado de Kim Jong-un em propagandas transmitidas pela TV estatal norte-coreana.
No passado, uma das primeiras coisas que o governo de Kim Jong-un fez foi eliminar todas as referências aos oficiais que foram expurgados. O destino deles pode ser o rebaixamento e o banimento para o campo, a prisão ou a pena de morte.
Dois dias depois (14), a agência informou que não conseguiu confirmar a execução, mas disse que Hyon foi vítima de expurgo.
Caso a informação seja confirmada, seria a execução do militar de maior patente desde a morte do tio de Kim, Jang Song Thaek, em dezembro de 2013, acusado de corrupção e traição.
CORTE DE CABELO
Essa não foi a primeira vez que informações envolvendo a Coreia do Norte foram questionadas.
Em março de 2014, a imprensa mundial noticiou que o ditador decidiu impor a população masculina do país o próprio corte de cabelo.
À época, foi informado que Kim havia instituído que todos os homens teriam os cabelos raspados do lado e espetados em cima nos moldes do corte do ditador.
Contudo, a informação foi desmentida pela agência de notícias Associated Press confirmando ser apenas um boato.