Redes sociais aceleram mudanças na opinião pública, diz diretor do Datafolha
Por Philippe Scerb
Mudanças na opinião pública, como a aprovação de governos e preferências partidárias, serão cada vez mais repentinas com as redes sociais, segundo Mauro Paulino, diretor do Datafolha.
“A conversa entre amigos e colegas é o fator de maior influência sobre o comportamento e o posicionamento político das pessoas. Com as redes sociais, esse diálogo é acelerado e ampliado”, disse, em conversa com os trainees da Folha, na quinta (26).
Para ele, esse fenômeno em parte explica os resultados da última pesquisa sobre a aprovação do governo Dilma Rousseff.
Entre fevereiro e março de 2015, a parcela da população que considera a gestão da petista como ótima ou boa caiu de 42% para 13%.
No mesmo período, a porcentagem dos que avaliavam seu governo como ruim ou péssimo subiu de 44% para 62%, a mais alta taxa desde setembro de 1992, véspera do impeachment do então presidente Fernando Collor (1990-1992).
A pesquisa também revelou que 75% do eleitorado não se identifica com nenhum partido político. O número supera o recorde alcançado em meio às jornadas de junho de 2013 (65%).
Na opinião de Paulino, a atual conjuntura de crise política e econômica é a principal causa da rejeição aos partidos.