Fenaj diz que é contra modelo do Programa de Treinamento
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) publicou ontem (15) uma nota no site da instituição em que condena a participação de profissionais que não tenham formação em jornalismo no Programa de Treinamento da Folha.
Segundo o texto, o anúncio veiculado pela Folha -que convida universitários e recém-formados de qualquer área a se inscreverem no programa- “provocou indignação no meio acadêmico e sindical dos jornalistas brasileiros”.
A nota traz também uma declaração da vice-presidente da Fenaj, Maria José Braga, que afirma que “no máximo, vão treinar os jovens a redigir frases curtas e fazer parágrafos de três linhas, que é a regra nº 1 de redação do jornal”.
À Folha, Braga disse que a Fenaj defende historicamente a posição de que o jornalismo seja exercido exclusivamente por profissionais com diploma específico.
“Pessoas de outras áreas dando as suas opiniões de especialistas e contribuindo para o debate público é obviamente positivo. Mas o exercício do jornalismo como profissão deve ser privativo para jornalistas qualificados profissionalmente.
Para nós, essa qualificação se dá por meio da formação de nível superior específica”, afirmou.
Em 2009, o Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade da exigência do diploma de jornalismo para que a profissão seja exercida.
Uma proposta de emenda constitucional (PEC), já aprovada no Senado e atualmente em tramitação na Câmara, pretende reverter essa decisão.
O PROGRAMA
Implantado há 26 anos, o Programa de Treinamento da Folha está em sua 58ª turma. Durante o curso de 16 semanas, os trainees têm aulas de português, história, direito e uso de planilhas e bancos de dados eletrônicos.
Também têm palestras com repórteres experientes, aprendem sobre os princípios editorias da Folha, sugerem pautas e elaboram um projeto final, que pode ser em formato multimídia ou um caderno especial.
Para saber mais, visite a sessão “Como é”, na página do Treinamento.