Quando a pauta “cai”, a casa não pode cair

Sabine Righetti

Por Marilice Daronco

Fomos furados.

O jargão jornalístico “ser furado”, ou seja, ver a matéria ou assunto pelo qual você batalhou tanto ser publicado, geralmente por outro veículo, antes de seu texto sair, é quase tão ruim quanto “dar uma barrigada” (publicar uma informação errada).

Pois nós fomos furados na nossa primeira semana de treinamento na Folha, com a publicação de um especial sobre aumento de resistência a vacinas por parte dos pais. Veja abaixo.

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Esse era exatamente o tema do trabalho final da nossa 2ª turma de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde da Folha. Falaríamos sobre o aumento do número de pais que não querem vacinar seus filhos como “gancho” (outro jargão) para falar sobre vacinas em si.  

Essa ideia surgiu depois de uma missão recebida já no primeiro dia de trainee, quando fomos convidados a pensar em um assunto para o nosso projeto final.

Como dizem, missão dada é missão cumprida. Ainda sem nos conhecermos muito bem, começamos a conversar para discutir que assuntos seriam interessantes.

Fizemos uma reunião e escolhemos assuntos que nos pareciam sensacionais. Depois, falamos com as editoras do Treinamento a respeito do projeto e descobrimos que todos os temas elencados eram ótimos. Mas não eram pautas.

O jeito foi tratar de encontrar um assunto que rendesse. E conseguimos: vacinas!

O que não sabíamos era que já havia repórteres do jornal trabalhando o mesmo tema que estávamos pesquisando. Já havíamos ligado para especialistas, feito pesquisa e contatos. Estávamos sonhando com lindas infografias. Tudo como manda o figurino.

FURO

A ideia era boa mesmo, tanto que rendeu textos, fotos, infografia e muito o que falar no especial publicado pela Folha. Até o fechamento deste post, a reportagem principal  do material sobre vacinas tinha quase 6 mil recomendações no Facebook. Mas, depois dessa, a nossa pauta “caiu”.

Tivemos de escolher entre dois caminhos: sentar e chorar ou escolher outro assunto bem interessante e recomeçar, praticamente do zero. E não dá para jornalista ficar sentado chorando no cantinho, então, fizemos como naquela antiga música: levantamos, sacudimos a poeira e demos a volta por cima.

O novo assunto que escolhemos é bem legal, e está dando o maior trabalho. Se tudo der certo, em breve estará nas páginas da Folha. Afinal, nada de sermos furados de novo tão cedo!

 

Marilice Daronco é trainee da 2ª turma de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde da Folha, que tem patrocínio da Pfizer