Sobre papel e tinta
Por Clara Velasco, trainee da turma 55
Ao morar sozinha, fiquei surpresa ao ver que roupas não saíam do canto do quarto sozinhas e depois voltavam para o armário limpas e passadas. Alguém pegava as peças sujas e fazia todo o trabalho. Eu apenas não pensava no processo envolvido no uso de uma camiseta limpa.
Acho que com o jornal acontece a mesma coisa. Os assinantes da Folha recebem suas cópias todos os dias arrumadinhas e empilhadas, magicamente dispostas na frente de suas portas. Mas o que é necessário para aquela edição ficar pronta?
Encontrei a resposta em uma visita à gráfica da Folha. São salas e grandes galpões repletos de máquinas e rolos de papel. O processo é automatizado e quase artístico.
Os editores do jornal mandam os arquivos digitais para a gráfica, e chapas de alumínio formam os moldes das páginas. Um jogo de cores, jatos de tinta e longas esteiras de papel começa, cortando em um canto, dobrando em outro. Quando prontos, os jornais são transportados para todo o país através de caminhões, aviões e – por que não? – barcos.
Alguns viajam muitos quilômetros para chegar às portas dos assinantes, mas outros percorrem distâncias pequenas. O que importa é que, no início da manhã seguinte, os leitores vão ter seus jornais – bonitos e bem dobrados – ao alcance de suas mãos.
Saudades do tempo em que esse blog publicava coisas interessantes.