Atenção ao texto

Paula Leite

A trainee Clara Roman escreveu sobre como as aulas com o escritor Fabrício Corsaletti a estão ajudando a prestar mais atenção na qualidade dos textos que ela lê – e isso provavelmente vai ajudá-la a escrever melhor também.

E quem quiser ler as colunas do Fabrício na revista sãopaulo as encontra aqui (só para assinantes).

Confesso que tenho lido muito menos do que gostaria nos últimos tempos. Literatura, mais especificamente. Leio bastante jornal, revista, blogs e até aqueles livro-reportagens que são clássicos do jornalismo. Sempre tento começar alguma coisa, antes de dormir. Geralmente só durmo, sem conseguir ler nem dez páginas antes. Me acostumei a ler os jornais sem prestar atenção nas palavras, só no conteúdo. Leitura informativa.

Nas últimas semanas, os trainees participaram de uma oficina de escrita, com o Fabrício Corsaletti. Ao todo, ganhamos três apostilas com contos de alguns tipos de escritores. A ideia é chamar atenção para estilos literários. Em uma delas, Ernest Hemingway, Tchekov, Raymond Carver, J. D. Salinger, cronistas brasileiros como Rubem Braga, entre outros classificados como ‘realistas’ pelo estilo direto, e não por conta de qualquer vínculo com o movimento literário pós-romantismo no fim do século 19. Na outra, literatura fantástica,de  escritores latino-americanos como Roberto Bolaño, Júlio Cortázar, da neozeolandesa Katherine Mansfield. Por último, jornalismo literário (Hunther Thompson, Gay Talese…) e uma só de poesias.

Não sei se melhorei a escrita ou não, mas tenho prestado mais atenção nos textos que leio. Na forma, no encadeamento, até dos simples textos informativos de jornais. Nos textos ruins que encontro pelo caminho. No estilo de cada escritor, colunista, blogueiro ou repórter. É um exercício que aos poucos se torna natural.