A primeira cobertura de desastres: o naufrágio de Titanic

Cristina Moreno de Castro

Há exatos 100 anos o “inafundável” navio Titanic afundou, conforme todos aprendemos no cinema através da história interpretada por Leonardo DiCaprio e Kate Winslet.

O que eu não fazia ideia é que o New York Times praticamente inventou a maneira como hoje cobrimos grandes desastres durante aquela cobertura, sob comando de um sujeito chamado Van Anda, que comandava a Redação do Times naquele 1912.

Ele ainda trabalhava, depois da meia-noite, quando recebeu um boletim do telégrafo dizendo que o navio havia batido contra um iceberg.

Prevendo o desastre, convocou os repórteres e redatores e eles prepararam mais ou menos o que faríamos hoje em casos parecidos: memória sobre outros casos recentes de naufrágios, imagens do navio e do capitão, lista e perfil de algumas pessoas a bordo, a texto sobre a reputação que o navio tinha de nunca afundar, o máximo de detalhes possível do atual desastre.

No dia seguinte, ao saber dos sobreviventes, enviou o máximo possível de repórteres para a costa onde os botes estavam chegando, reservou todo um andar do hotel mais próximo, com quatro telefones diretamente conectados à Redação do Times, e ainda conseguiu, através de Marconi (sim, o próprio inventor do telégrafo!), um contato com o sujeito que emitiu o boletim sobre o naufrágio.

O Times saiu com as melhores histórias e dedicou, de suas 24 páginas, 15 apenas para o Titanic.

Não deixou nada a desejar para nossos jornais de hoje, cobrindo as equivalentes quedas de aviões e terremotos 😉

Leiam toda a história AQUI.

Comentários

  1. Eu li bastante coisa sobre o Titanic há algum tempo, para um trabalho de faculdade. E uma das maiores invenções que o Cinema criou foi essa ideia de “inafundável”. Eles nunca afirmaram isso.

    Outra é sobre o presidente da White Star Line ter sido “vilão” por se salvar. Ele salvou dezenas de pessoas e embarcou num dos últimos barcos por pressão dos próprios Oficiais e passageiros.

    Outra coisa que o cinema criou foi a ideia de que a terceira classe ficava “trancada” enquanto todos da primeira eram salvos. Não se há nenhuma prova disso.

    1. Interessante, Bruno.
      A do inafundável foi a única que citei aqui no post, porque, segundo esse relato sobre a cobertura jornalística da época, o Times fez uma matéria especial relembrando essa fama de inafundável. Talvez fosse um boato difundido desde aquela época, portanto, e não inventado pelo cinema.
      bjs

      1. Pois é! Para ver como a “falta de apuração” entre a profissão existe desde 1912 hahaha

        Porque até nos jornais americanos colocaram a mesma coisa, mas NUNCA fizeram essa afirmação. Inclusive o “Olympic”, navio irmão, também levou essa fama!

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