Jornalismo entre os 10 piores trabalhos nos EUA

Cristina Moreno de Castro

O leitor Igor Reis nos mandou uma matéria do Huffington Post bastante desanimadora.

Pela primeira vez, um ranking que lista os dez piores trabalhos dos Estados Unidos colocou a profissão de repórter dejornal impresso (5º lugar) e de rádio e TV (10º).

Vejam o que ele nos disse:

“Eu estava lendo uma matéria no Huffington Post com o título “Os dez piores trabalhos dos Estados Unidos”, de acordo com um levantamento feito por uma consultoria da área. Segundo a reportagem, a lista deste ano incluiu profissões que até então não faziam parte do ranking. E para a minha surpresa estavam lá broadcaster (profissionais de rádio e de tevê) -10ª posição- e repórter de jornal impresso -5ª posição. Achei curioso.

Mas observando os parâmetros que a consultoria considerou para fazer a pesquisa, até que não é tão surpreedente assim. Os principais, na minha avaliação, são perspectivas de contratação no mercado de trabalho (hiring outlook), salário (income) e stress. Eles também consideraram fatores como ambiente de trabalho e demandas físicas (acho que nesse aspecto não há muito o que se considerar).

Enfim, como reflexão é um pouco frustrante, haja vista que a m aior parte das profissões que englobam esse top ten são de trabalhos manuais -para não dizer todos.

Eu dei uma olhada na lista de 2011 da mesma consultoria (http://www.careercast.com/jobs-rated/10-worst-jobs-2011), e realmente não consta a nossa área lá. Será os sinais dos tempos?”

Realmente, a TV aberta e a mídia impressa nos EUA estão passando por uma crise muito grande, que ainda não afeta a América Latina e países da Ásia.

Mas vocês acham que está a caminho? Se houvesse um ranking assim no Brasil, o jornalismo estaria entre os 10 piores?

Comentários

  1. desgaste físico. se deslocar para fazer matérias é justamente uma das coisas mais legais na nossa profissão. a Ana colocou muito bem q o mercado lá está encolhendo. E vai piorar nos próximos anos. Inclusive o WSJ fez uma reportagem sobre as 10 indústrias q podem nunca se recuperar nos EUA. O jornalismo ficou na 7ª posição. Eles escreveram: “7. Jornais -> As demissões nos jornais começaram na década de 80. Com a automatização das prensas, dezenas de milhares de impressores perderam seus empregos. Atualmente, a mudança no hábito de consumir notícias provocadas por readers, o que afeta diretamente o volume de impressões, tem causado mais perdas de emprego nas Redações. Um recente estudo aponta aumento do desemprego na indústria dos jornais: em 1998 eram 767 mil vagas. Em 2008 o número estava em 619 mil profissionais empregados. A previsão é que aconteçam mais 120 mil demissões ao longo dos próximos dez anos, de acordo com o Ministério do Trabalho dos EUA”. Link da reportagem: http://finance.yahoo.com/news/pf_article_110592.html

  2. A péssima posição dos repórteres, se você olhar os índices e a metodologia, vem do fato de que o mercado de trabalho por lá está encolhendo barbaramente… Não é bem a profissão em si que é ruim, mas as perspectivas de atuação.

  3. Racionalmente, se avaliarmos os itens dispostos, acredito que sim. Mas acho que nossas escolhas nem sempre são movidas por fatos concretos e/ou por números, o que as torna mais especiais, pois vão de encontro àquilo que faz sentir. Se há um ideal, qual seja, que vai além do sentido material, ele é forte e sobrevive aos problemas que surgem. Talvez, seríamos os primeiros do ranking das “melhores profissões” se o fator fosse motivação, ideal, construir sentido “apesar de”. Melhor seguir em algo, muitas vezes menor em termos estruturais, sabendo o que se quer do destino e apreciando o caminho, do que estar trancafiado na razão, sem querer um rumo além dela. Estrutura não é sinônimo de realização. Construir ferramentas e saber utilizá-las, sim.

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