Jornalismo via máquina

Luisa Pessoa

Interessantíssimo o artigo de sobre a Narrative Science startup de Chicago que desenvolveu uma tecnologia que permite que textos noticiosos sejam escritos automaticamente a partir de dados.

A novidade está sendo utilizada, principalmente, na cobertura de anúncios financeiros e esportes, ou seja, histórias que tendem a seguir certo ‘padrão’ e que se baseiam em resultados estatísticos.

Sobre a cobertura esportiva por máquinas, o post de Justin Bachman traz um desafio aos leitores: ele transcreveu o início de três reportagens sobre um jogo de baseball universitário e perguntou qual deles tinha sido escrito pelo robô do Narrative Science. Ps: Como não foi uma enquete, não podemos saber quantas pessoas acertaram.

A abrangência de utilização dessa tecnologia também está aumentando.  Ela já começou a ser utilizada na cobertura da corrida eleitoral americana, analisando os efeitos da disputa nas redes sociais. Suas notícias, por exemplo, conseguem informar quais os assuntos e candidatos com mais (ou menos) repercussão em diferentes regiões do país.

Qual a sua opinião sobre a tecnologia utilizada pela Narrative Science? Um recurso como esse pode fazer com que os jornalistas tenham mais tempo para fazer reportagens que lhes interessam (e fujam das pautas ‘burocráticas) ou isso só levará ao enxugamento das redações?

Afinal, os clientes da Narrative Science podem pagar menos de dez dólares por um artigo de 500 palavras. E não precisam lidar com demandas de funcionários por melhorias das condições de trabalho…

Comentários

  1. Será que isso não representa que o jornalismo, as pessoas, os profissionais estão cada vez mais mecânicos? E, se é isso, será que haveria espaço para as pautas não burocráticas ou quase todas desencadeariam em um trabalho típico de robô? Não acho legal. Mesmo em textos mais burocráticos, algumas palavras, o lugar delas, dos números, deveriam ter algum significado, perceptível apenas por olhos humanos. Mas talvez isso não exista…. ou não exista muito. Lembrei até de um trecho de um livro “Agora a argila de que és feito já secou, e endureceu, e nada mais poderá despertar em ti o músico adormecido, ou o poeta, ou o astrônomo que talvez te habitassem”

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