Aulas de liveblogging?
Outro dia precisei acompanhar um evento pela internet e busquei o liveblogging de um portal de notícias.
Um jornalista soltou uma piada. Outro, logo depois, riu. Um terceiro completou com outra gracinha. Por fim, um quarto, que devia ser o editor, escreveu apenas: “Que piadas são essas?”.
Na hora eu, como leitora não tão bem-humorada por não estar recebendo as informações que queria, pensei: realmente, estamos muito pouco preparados ainda para fazer liveblogging.
Até hoje, confesso, nunca encontrei um que me satisfizesse totalmente. Acho que essa ferramenta, embora esteja cada vez mais sendo usada e procurada, ainda não atingiu um formato ideal.
E é claro que uma das causas disso é que ninguém nasce sabendo e não há muitos treinamentos para esse tipo de trabalho. As faculdades, por exemplo, pouco ensinam sobre blogs, liveblogging, twitter e afins. E tudo isso está entrando com força no mundo do jornalismo.
O 10,000 Words escreveu a respeito ontem, vejam AQUI.
Fica como dica para os reitores e coordenadores de curso que lerem este blog (;)).
Acompanhei o liveblogging da folha sobre o lançamento do ipad e fiquei refletindo sobre o tema também. Tinha só um comentarista que redigia parágrafos inteiros (3 linhas, quero dizer) e que fazia mais sentido do que as informações soltas e apressadas dos outros, que muitas vezes se repetiam pela afobação. Acho que uma coisa importante num liveblogging coletivo é definir os papéis previamente e reunir um grupo bem limitado de pessoas que saiba manter a linha da ‘narração’.
Concordo. Acho que o maior erro é a falta de planejamento e a noção errada que as pessoas têm de que devem soltar milhões de informações picadinhas, quando seria bem melhor soltarem informações mais esparsas que fizessem mais sentido para o leitor. Fora o excesso de informalidade que torna o liveblogging um chat entre coleguinhas (e um saco para os leitores).
Quase ninguém divulga ou usa Live Blogging porque esse tipo de comunicação rápida e eficiente da notícia mata o formato papel e de site do “grandes” jornais brasileiros, como a Folha de São Paulo, por exemplo.
Pelo contrário: a Folha usa muito o Liveblogging e, sempre que ele existe, está no topo da Folha.com. O problema é que ainda não é bem feito (nem no Brasil nem fora daqui) e, mesmo na Folha, tem muito a melhorar.
E dificilmente o formato papel vai acabar só por causa de Liveblogging, rs. Se acabar, o que acho que ainda vai demorar um tempo (e nem seria bom que ocorresse), vai ser por uma série de novas tecnologias combinadas, não por causa de uma ferramenta tão incipiente e limitada em termos de edição para o leitor.