Que idiomas são importantes?

Ana Estela de Sousa Pinto

A pergunta é da nossa leitora Mariana:

Ana, uma pergunta também relacionada à entrada no mercado de trabalho: que idiomas você considera fundamentais? Inglês e espanhol? Eu queria terminar meu inglês (ainda não sou fluente, e estou bem enferrujada porque não faço curso desde os 11 anos) antes de começar com o espanhol… Ouvi falar que francês também era importante em jornalismo, é verdade (sinceramente, não gosto muito da língua…)? Muito obrigada, sempre leio o blog 🙂

Mariana, eu faço um curso de administração na FGV. E lá eu descobri que toda vez que um aluno pergunta algo, o professor responde: “Depende”.

Isso vale para a sua dúvida também.

Em parte.

Porque inglês, em pleno ano 2012, é simplesmente fundamental, não para o jornalismo, mas para a vida.

Quem se vira em inglês tem acesso praticamente ilimitado a cultura, conhecimento, diversão, relacionamentos, enfim, enriquecimento da vida.

Dito isso, as línguas necessárias dependerão da função, da editoria e do veículo que você escolher.

Quer ser correspondente internacional?

Inglês fluentíssimo será imprescindível e um idioma inusual, como árabe ou mandarin, pode ser um diferencial importante.

Seu sonho é ser repórter de polícia para um programa de rádio da cidade? Inglês intermediário basta.

Redator de economia? Inglês e espanhol excelente para leitura e tradução, principalmente de termos técnicos, para não cair na armadilha dos falsos cognatos.

Repórter de esportes? Italiano e espanhol podem ajudar. De cultura? Francês e alemão são diferenciais interessantes. Tecnologia? Que tal noções básicas de japonês?

Resumindo: inglês é fundamental pra vida, espanhol é a segunda língua do mundo ocidental e com ela se vai mais longe, e as outras serão sempre bons diferenciais e dependerão muito do seu objetivo e das suas afinidades.

Alguém tem uma boa história pra contar de como uma língua ajudou no seu trabalho? Divida com a gente, por favor!

ADENDO DA ANA:

Uma vez eu precisava ligar para o Japão para fazer uma reserva de hotel para um jornalista da Folha. Pensei o mesmo: inglês aqui, inglês lá, tudo certinho.

Que nada.

Sim, os japoneses SABEM INGLÊS. Mas entender o que eles dizem é dificílimo e vice-versa: para eles, nosso inglês é grego. Por causa da pronúncia.

Tentei soletrar, mas não funcionou. A letra R, por exemplo, pra eles é “aru”…

Por sorte uma redatora de Turismo era filha de japoneses e fez a reserva. O resto da comunicação continuou em inglês, mas por fax! Por escrito ficou bem mais fácil. :)

Comentários

  1. Essa é antiga, lá da época da guerra do Iraque.
    Durante a reunião de pauta, alguém pediu para que os auxiliares de redação colocassem o Sérgio Dávila ou o Juca Varella na linha (eles eram repórter e fotógrafo da Folha e estavam em Bagdá).
    Tudo muito fácil pensamos, é só ligar e falar, em inglês, que queremos falar com fulano ou beltrano.
    Manual com as palavras básicas na mão começamos, para o nosso desespero o atendente não falava inglês, português ou espanhol. Imagino que ele até entendia o que nós falavamos, pois ele respondia, em árabe, mas nós não entendíamos o que ele falava, virou papo de maluco.
    Por sorte, chegou na redação um repórter da editoria de mundo, que falava árabe e que nos salvou.
    Ah, a resposta do antendente era de que os dois não estávam no hotel naquele momento e se gostaríamos de deixar um recado, rs.

      1. Uma vez eu precisava ligar para o Japão para fazer uma reserva de hotel para um jornalista da Folha. Pensei o mesmo: inglês aqui, inglês lá, tudo certinho.
        Que nada.
        Sim, os japoneses SABEM INGLÊS. Mas entender o que eles dizem é dificílimo e vice-versa: para eles, nosso inglês é grego. Por causa da pronúncia.
        Tentei soletrar, mas não funcionou. A letra R, por exemplo, pra eles é “aru”…
        Por sorte uma redatora de Turismo era filha de estrangeiros e fez a reserva. O resto da comunicação continuou em inglês, mas por fax! Por escrito ficou bem mais fácil.
        🙂

  2. Falar ingles e espanhol foi de suma importancia durante viagem que fiz de carro pelas 3 americas, principalmente o espanhol na hora de cruzar os paises da lingua espanhola nas 3 americas, o fato de ser brasileiro ajudou muito mas, se comunicar na lingua local foi essencial na interacao.Detalhes da viagem no site ( http://WWW.CANALBRASILNEWSUSA.COM) De New York a Recife numa 4X4.E muito importante comunicar se na linguagem coloquial nessas duas linguas, mas importante que ser fluente e se comunicar em ambas.Francisco Sampa,New Jersey EUA.

    1. Francisco, é verdade, se você não precisar fazer uma entrevista mais complexa, sobre política de juros ou filosofia, realmente o que importa é ser capaz de se comunicar bem, mesmo que a gente não domine todos os detalhes da língua! Ana

  3. Não tem a ver com jornalismo, mas o inglês ajuda no meu trabalho porque eu recepciono gente de fora e atendo telefonemas. Não é uma entrevista de três horas e meia, mas tenho que, pelo menos, entender com quem a pessoa quer falar, o recado que quer deixar, essas coisas.

    Para mim foi bom, também, eu estar estudando alemão. Ainda não usei o idioma, mas só de os meus chefes saberem que eu faço, acaba sendo um ponto positivo. Mostra interesse.

    Aliás, interesse é uma coisa interessante (haha) porque, ao mesmo tempo que é válido, pode ser perigoso se for falso. Portanto, mostre interesse se você realmente tem interesse pela coisa, porque uma hora ou outra, alguém percebe que foi tudo “armado”.

    Se você não gosta muito de francês e o trabalho que você faz ou gostaria de fazer não exige esse idioma, então opte por outro que te dê mais prazer.

    Por fim, é claro que fluência exige tempo, estudo, esforço, atitude. Mas, assim como no português, o inglês é cheio de preconceito linguístico em função de sotaques (como alguns paulistanos se acharem corretos, por exemplo), então, saber ler e compreender muito bem vale mais do que falo-como-os-Friends-uso-gírias-sem-fim.

    1. É isso aí, Monica! Inglês é necessário para a vida! Outras línguas abrem novos horizontes, assim como todo novo conhecimento abre novos horizontes. Interesse não tem preço. Ana

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