Em formato de carta destinada ao cantor na edição mais recente da revista piauí, a jornalista discorre sobre os motivos que a levaram a noticiar esse fato trivial. Na época, era redatora júnior do portal Terra, cobria a 11ª edição do reality show Big Brother Brasil e publicava pequenas notas e galerias sobre feitos de celebridades. “Tudo girava em torno dos tais cliques”, escreve.

Em 10 de março de 2011, já no final de um plantão pós-carnaval, sozinha na Redação e frustrada com a cobertura que fazia, Elisangela buscava por alguma notícia para encerrar o expediente. “Desculpe a minha petulância com sua imagem, Caetano, mas eu precisava rir de mim mesma naquela atividade tão carente de sentido. Precisava me satirizar enquanto satirizava o jornalismo sobre o nada, entende?”.

A jornalista reflete que, quando publicou seu desabafo em forma de notícia, imaginava que ele passaria despercebido. Depois que a nota teve repercussão, evitou revelar sua identidade, visto que o material não era assinado, por medo de comprometer sua carreira. Atualmente, ela mora em Aarhus, na Dinamarca, onde realizou seu mestrado.

Na matéria da piauí, ela discute que seu receio e silêncio estão também associados a questões de gênero, com Redações majoritariamente masculinas, e a definição de determinados temas como destinados a mulheres e tachados como de “baixa cultura”, assim, vistos com desprezo por muitos jornalistas.

A reportagem completa pode ser conferida no site da revista piauí.

Ele(a):

Você:

…o entrevistado não para de falar e acaba nem respondendo suas perguntas.

…na segunda-feira, depois de um plantão tenso de final de semana.

…sua matéria vai para a Primeira Página.

…precisa entrevistar muitas fontes em um dia só.

…termina o texto bem antes do deadline.

…a pauta que você se empenhou em apurar cai.

…alguém pergunta se gosta do seu trabalho.

Mesmo com o estresse, as longas horas na redação e os horários malucos?

Sim. 

Adoro o site Savage Chickens, que tem as galinhas bem-humoradas acima. Aproveitando o clima de início de fim de semana, deixo essa tirinha para alegrar o blog 😀

O tema do quadrinho acima me faz lembrar que faz tempo que ninguém pergunta aqui no blog sobre as dúvidas comuns da vida pós-formatura. E uma das coisas mais legais do blog é justamente a troca de ideias e de experiências entre os leitores!

Portanto, levanto a bola: o que andou encucando a cabeça dos futuros jornalistas e recém-formados? E dos veteranos que sempre estão abertos para as dificuldades do dia-a-dia? 😉

Conheçam AQUI o “Jornalices” 😀

Um exemplo tirado de lá:

Quando o diagramador manda cortar 20 cm “para a página respirar”:

Belo achado do Webmanário 😀

E se isso hoje entra facilmente em nossa categoria de humorismo, imaginem como nossos futuros colegas vão ler as notícias de hoje, com a tecnologia avançando bem mais rapidamente?

Como serão as Redações do futuro, se hoje lembramos das Redações de apenas vinte anos atrás, com máquinas de escrever, telex e repórter passando retorno do orelhão da rua como coisa de outro mundo?

Ontem foi Dia da Mentira e, para fazer graça com a data, a Folha Corrida publicou várias chamadas inusitadas.

Por exemplo:

• “Minha Casa Minha Vida inclui imóveis de quatro quartos no Leblon”
• “Wikipédia anuncia edição em papel”
• “José Sarney anuncia aposentadoria”
• “Trens da CPTM não quebram há dois anos”
• “Gay faixa preta agride pitboy na rua Augusta”

(Assinantes podem ver todas AQUI)

Mas o jornal não foi muito além disso para celebrar a data, que não deixa de ser um ícone da nossa campanha por mais humor no jornalismo 😀

Já os jornais americanos e ingleses têm um velho hábito de inserir notícias-piada como se fossem de verdade em todo dia 1º de abril. Muitas vezes causam grandes estragos, porque não deixam nenhum alerta da pegadinha.

Neste ano teve um jornal que até inventou que um sujeito tinha morrido e outro que falou que o Romney desistiu da campanha presidencial nos EUA.

O 10,000 Words lista as três pegadinhas mais bizarras deste ano, vejam AQUI.

E relembrem outros três posts em que falamos do Dia da Mentira:

• Só técnica não resolve
• Jornal mentiroso
• Arqueologia do Boimate

Nem sempre quando começamos a apuração de uma matéria sabemos exatamente onde ela vai parar. Se vai ser uma nota ou um abre, se vai ser capa do caderno ou manchete da edição: tudo depende da apuração em si, mas também das outras notícias do dia, que “concorrem” com aquela na edição.

Muitas vezes, como já falei por aqui, não sabemos nem sequer se as várias pessoas que entrevistamos terão espaço na matéria, depois de pronta.

No entanto, isso aos poucos vai se delineando. Em uma revista semanal, por exemplo, é mais comum já se ter uma ideia do que vai ser a capa com alguma antecedência.

Se cai uma bomba no seu colo, com grande potencial de ganhar destaque no jornal ou revista e de ter grande repercussão, é possível e desejável (salvo em algumas situações, como em casos de denúncia) que o personagem entrevistado seja alertado sobre o furor que a notícia poderá causar na vida dele.

É isso que o Gabriel Ferreira discute em post em seu blog, sobre o casal de oficiais do Exército que foram perseguidos por serem gays.

Leiam AQUI e depois nos digam: vocês concordam com o Gabriel?

Outro dia o estudante de jornalismo Victor Pennington deu uma dica interessante na lista de discussões da Abraji.

Falou de pessoas que estão usando sites de humor para divulgar informações jornalísticas.

Por exemplo, ESTE.

A Tatiane Conceição aproveitou a conversa para dar duas sugestões de leitura sobre o uso do humor no jornalismo:

“- Uma é o livro do Elias Thomé Saliba, “Raízes do Riso”, que faz um retrato do humor brasileiro na época da Belle Époque. Este livro mostra que já naquela época os humoristas usavam das ferramentas do jornalismo para retratar de forma bem-humorada os dilemas da sua época…

– Outra é a tese de mestrado da Silvana Martinho, “Humor e Política na Dinâmica das TICs”, na qual ela faz uma análise do conteúdo das charges políticas do Charges.com nas eleições de 2006. Tem um resumo do texto dela aqui ó.”

Para gente que sempre fez a campanha de mais humor no jornalismo, ficam as dicas! 😀